Caso gémeas: Filho de Marcelo interrogado no Brasil garante não ter cometido qualquer crime
Nuno Rebelo de Sousa, filho de Marcelo Rebelo de Sousa – que já foi constituído arguido no caso de alegado tratamento de favor a duas gémeas no Hospital de Santa Maria – garante não ter cometido qualquer crime, segundo avança esta quinta-feira a revista ‘Sábado’, que obteve acesso a uma exposição enviada ao DIAP de Lisboa sobre o caso.
No Brasil, o filho do Presidente da República foi submetido a um interrogatório judicial – nas instalações da Secretaria da Cooperação Internacional do Ministério Público Federal de São Paulo – sobre os factos que o Ministério Público lhe imputa sobre o caso: a defesa de Nuno Rebelo de Sousa garantiu que na acusação há dados que são verdadeiros, mas há também outros “que não correspondem à realidade”, com uma certeza: o que é verdadeiro não é crime.
A defesa sustenta que todos os contactos feitos com Marcelo Rebelo de Sousa nunca foram feitos “em razão ou por força da sua qualidade de filho do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, nem tendo em vista qualquer influência deste junto do Governo de Portugal ou dos hospitais públicos portugueses”.
Nuno Rebelo de Sousa garantiu ainda que “não conhece pessoalmente nem Daniela Martins, nem Samir Filho, nem as crianças”, tendo tomado conhecimento do caso quando a mãe lhe enviou a informação por WhatsApp através de uma conhecida em comum, salientando que o casal nunca lhe pediu ajuda “para que o fármaco fosse administrado às suas filhas em Portugal”. “Perguntaram a Nuno Rebelo de Sousa sobre qual a melhor maneira para conseguir contactar o médico especialista que já havia atendido uma outra criança com a mesma doença, e com sucesso no respetivo tratamento, procurando ainda confirmar qual o hospital em que aquele atuaria”, referiu.
“Nuno Rebelo de Sousa não solicitou a Marcelo Rebelo de Sousa, seu pai, para que intercedesse junto de qualquer elemento do Governo responsável pela área da saúde para o que quer que fosse, nem o fez, certamente, para que fossem marcadas consultas com a dra. Teresa Moreno nem para que o fármaco Zolgensma fosse administrado a Lorena e Maitê”, indica Rui Patrício, advogado do filho do Presidente.
O encontro com Lacerda Sales, conforme já reconhecido pelo antigo secretário de Estado da Saúde, é o principal ponto de discórdia: “Reuniu com o secretário de Estado da Saúde” a 7 de novembro de 2019, sim, mas “essa reunião não foi agendada para discutir o assunto das crianças luso-brasileiras, nem nela solicitou” a Lacerda Sales “que diligenciasse no sentido indiciado na carta rogatória”.
Ao contrário da acusação do Ministério Público, “não solicitou a António Lacerda Sales que exercesse qualquer pressão junto da direção clínica e do departamento de pediatria do Hospital de Santa Maria para que fosse marcada a consulta das crianças nem para que fosse dado um andamento célere e favorável à administração do Zolgensma”, refere a defesa, negando os crimes que lhe são imputados: prevaricação e abuso de poderes, deixando implícito que se alguém os cometeu terá sido o ex-secretário de Estado Lacerda Sales.
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