Caso das gémeas: filho de Marcelo mostra-se disponível para ser ouvido no Parlamento a 3 de julho

Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, mostrou-se disponível para ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito (CPI), por videoconferência, a 3 de julho – a partir das 14 horas -, no âmbito do caso das gémeas luso-brasileiras, avança a ‘SIC Notícias’.

“Se a Comissão, apesar de o mesmo ter já informado que vai usar do seu direito ao silêncio, e que vai fazê-lo na íntegra, considera a audição necessária e útil, e considerando que a Comissão admite, agora, a possibilidade de a audição se realizar por videoconferência, então, naturalmente, confirmamos a disponibilidade do nosso Constituinte para essa videoconferência”, escrevem os advogados de Nuno Rebelo de Sousa, em resposta à convocatória da CPI, citados pelo canal televisivo.

Recorde-se que no passado dia 19 o filho de Marcelo Rebelo de Sousa foi constituído arguido no caso que investiga suspeitas de irregularidades no acesso de duas meninas gémeas luso-brasileiras ao tratamento com o zolgensma, o medicamento mais caro do mundo, no Hospital de Santa Maria.

Com a constituição de Nuno Rebelo de Sousa como arguido, sobem assim para três o número de suspeitos na mesma condição: são também arguidos o ex-secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e o ex-diretor clínico do Hospital de Santa Maria, Luís Pinheiro.

Nuno Rebelo de Sousa garante não ter cometido qualquer crime, segundo avançou a revista ‘Sábado’, que obteve acesso a uma exposição enviada ao DIAP de Lisboa sobre o caso.

No Brasil, o filho do Presidente da República foi submetido a um interrogatório judicial – nas instalações da Secretaria da Cooperação Internacional do Ministério Público Federal de São Paulo – sobre os factos que o Ministério Público lhe imputa sobre o caso: a defesa de Nuno Rebelo de Sousa garantiu que na acusação há dados que são verdadeiros, mas há também outros “que não correspondem à realidade”, com uma certeza: o que é verdadeiro não é crime.

A defesa sustenta que todos os contactos feitos com Marcelo Rebelo de Sousa nunca foram feitos “em razão ou por força da sua qualidade de filho do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, nem tendo em vista qualquer influência deste junto do Governo de Portugal ou dos hospitais públicos portugueses”.

“Nuno Rebelo de Sousa não solicitou a Marcelo Rebelo de Sousa, seu pai, para que intercedesse junto de qualquer elemento do Governo responsável pela área da saúde para o que quer que fosse, nem o fez, certamente, para que fossem marcadas consultas com a dra. Teresa Moreno nem para que o fármaco Zolgensma fosse administrado a Lorena e Maitê”, indica Rui Patrício, advogado do filho do Presidente.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) determinou que o filho do Presidente da República terá de prestar esclarecimentos. A decisão foi anunciada também no dia 19 pelo presidente da CPI, Rui Paulo Sousa, que afirmou que Nuno Rebelo de Sousa “terá de vir, seja presencialmente ou por videoconferência, mas terá de vir”.

Rui Paulo Sousa, do Chega, referiu também que, caso Nuno Rebelo de Sousa continue a recusar prestar esclarecimentos, então o Parlamento vai avançar para o Ministério Público com uma queixa por desobediência qualificada, “um dos crimes previstos neste caso”.

“Todos os grupos estiveram de acordo, não é aceite o tipo de justificação que foi dada”, acrescentou o responsável, que sustenta que “não dá para entender” a versão apresentada por Nuno Rebelo de Sousa.

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