Casas de luxo, iates e jactos privados. Para onde vai o dinheiro “sujo”

Pelo menos 300 mil milhões de libras (cerca de 347,5 mil milhões de euros) de fundos suspeitos terão sido canalizados para iates e jactos privados, entre outros bens, através do Reino Unido – bancos, escritórios de advogados ou firmas de contabilidade. Uma investigação da Transparency International, organização dedicada a combater a corrupção, revela os hábitos daqueles que enriqueceram às custas de negócios ou estratégias ilegais.

O relatório – que abrange mais de 400 casos de lavagem de dinheiro e corrupção – indica que terão sido compradas 421 mansões de luxo, três super iates e sete jactos privados, além de pagas as mensalidades em escolas privadas de luxo. Os 300 mil milhões investigados pela Transparency International serviram também para comprar um anel de diamantes da Cartier de mil milhões de libras (1,6 mil milhões de euros), peças de arte à leiloeira Sotheby’s e um casaco de pele de crocodilo no valor de 50 mil libras (57,9 mil euros).

Há ainda quem prefira gastar este dinheiro “sujo” num Bentley Bentayga de 200 mil libras (232 mil euros). Neste caso, sabe-se a identidade do condutor: o filho de 22 anos do antigo primeiro-ministro da Moldávia, Vlad Filat, entretanto condenado a nove anos pelo seu envolvimento num assalto ao banco central do país.

Os casos de corrupção analisados dizem respeito a 116 países e, em comum, têm o facto de encontrarem no Reino Unido as empresas ideais para darem um novo destino ao dinheiro. A Transparency International encontrou 582 empresas britânicas associadas a estes esquemas, que consistem na criação de empresas fantasma.

«O governo e as autoridades têm feito progresso nos últimos anos no sentido de reduzir os locais onde indivíduos corruptos se podem esconder. No entanto, as nossas conclusões confirmam que ainda é demasiado fácil para os criminosos e corruptos procurar impunidade com a ajuda de negócios britânicos», afirma Daniel Bruce, chief executive da Transparency International UK, em declarações ao The Guardian, que também dá conta do estudo.






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