Casas de luxo com forte procura por estrangeiros
O mercado imobiliário protagonizou uma reviravolta inesperada no decorrer da pandemia e, contrariamente ao que se esperava de uma forma geral, beneficiou os preços das casas.
A crise pandémica não teve um “efeito dissuasor” na subida dos preços das casas, que estão a disparar desde a Nova Zelândia aos EUA, Alemanha, China e Peru, gerando provocar o pânico entre os compradores.
Em Portugal, os estrangeiros avançam para a compra de casas mesmo que não consigam visitar as propriedades nas quais vão investir. De acordo com a agência imobiliária Knight Frank, os preços no país aumentaram 6% no quarto trimestre de 2020 em comparação com o período homólogo do ano anterior.
Charles Roberts, sócio-gerente da Fine & Country Portugal, revelou que os primeiros três meses de 2021 já bateram recordes de vendas, apesar de o país não receber visitantes de mercados compradores tradicionalmente fortes, como o Brasil, Grã-Bretanha, França e Bélgica.
A título de exemplo, Roberts contou à CNN que recentemente vendeu um apartamento na costa de Cascais por 3,5 milhões de euros a um cidadão sul-africano que nunca visitou a vila portuguesa.
Em vários países, os Governos já estão a estudar estratégias para impedir o sobreaquecimento e a tendência especulativa do mercado imobiliário.
Na Nova Zelândia, país cujos preços dos imóveis residenciais em média aumentaram mais de 24% ao longo do ano até março para um valor recorde, o Estado está a ser pressionado para estabilizar o mercado, segundo Wendy Alexander, CEO do Instituto Imobiliário da Nova Zelândia.
O Governo anunciou há algumas semanas uma série de medidas tendo em vista o “arrefecimento da procura dos investidores” e, assim, abrandar o ritmo de crescimento dos preços: as lacunas fiscais foram colmatadas e os ministros estão a considerar a possibilidade de limitar os empréstimos só com juros a especuladores.
Contudo, os analistas não estão conjeturam uma correção dos preços das casas.
Prevê-se que o crescimento económico global seja muito mais forte este ano com a população a ser vacinada e o aliviar das restrições, o que irá favorecer os mercados imobiliários.
Entre os 37 países desenvolvidos que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os preços reais das casas subiram quase 7% entre o quarto trimestre de 2019 e o quarto trimestre de 2020, naquele que foi o crescimento homólogo mais rápido nas últimas duas décadas.