Casa Branca convoca embaixador chinês para “condenar ações” contra Taiwan

A Casa Branca convocou o embaixador chinês Qin Gang para condenar ações crescentes contra Taiwan e reiterar que os Estados Unidos não querem uma crise na região, avança o Washington Post esta sexta-feira.

“Após as ações da China durante a noite, convocámos o embaixador Qin Gang à Casa Branca para condenar as ações provocatórias do país”, disse o porta-voz da Casa Branca John Kirby, citado pelo jornal.

Em causa estão as manobras militares da China com fogo real nas imediações de Taiwan, na sequência da visita de Pelosi à ilha, que entraram hoje no seu segundo dia.

Os exercícios de quinta-feira, que levaram ao encerramento do espaço aéreo e marítimo em seis áreas à volta da ilha, incluíram a prática de tiro ao alvo com artilharia de longo alcance, com “múltiplos tipos de mísseis convencionais”, bem como a mobilização aérea de dezenas de aviões militares, incluindo caças e bombardeiros.

Trata-se da primeira vez que são levados a cabo lançamentos do género nas proximidades de Taiwan, desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, entre 1995 e 1997, uma das três graves crises militares nesta área geográfica, após os nacionalistas do Kuomintang se terem retirado para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas de Mao Zedong.

A juntar-se a isto, a China anunciou hoje que iria adotar sanções contra a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, depois de esta ter desafiado Pequim ao visitar Taiwan.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China anunciou as medidas, que abrangem Pelosi e também os seus familiares mais próximos, num comunicado divulgado esta sexta-feira.

De recordar que a China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas da ilha e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.

 

Ler Mais