Caos nos céus de vários países da NATO devido a bloqueio de sinais GPS. Culpas apontadas à Rússia

Multiplicam-se os casos de constrangimentos à circulação de aeronaves comerciais em alguns pontos da Europa, devido a bloqueios de sinais de GPS, alegadamente levados a cabo pela Rússia. Esta terça-feira, foi a vez da Finlândia, país-membro da NATO,a revelar uma série de episódios que tem registado, e que levaram o país a suspender os voos da companhia aérea nacional, a Finnair, para a Estónia, vizinha e também ‘parceira’ na Aliança Atlântica.

A Finnair informou que dois voos na semana passada tiveram que regressar a Helsínquia após interferências no GPS impedirem a sua aproximação a Tartu, na Estónia, perto da fronteira com a Rússia, e anunciou a suspensão dos voos para a cidade durante pelo menos um mês.

“Rússia afeta os dispositivos de GPS no espaço aéreo da nossa região”, afirmou o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Estónia, Margus Tsahkna, acrescentando que Tallinn está a trabalhar com a Finnair para restabelecer o tráfego aéreo, segundo a Reuters.

Karoliina Ainge, ex-responsável pela cibersegurança estoniana, comentou na rede social X que “a guerra híbrida contra a Estónia — membro da NATO há 20 anos — está a piorar”.

Este caso segue-se à revelação de que milhares de voos entre países europeus foram afetados no último ano por interferência nos sistemas GPS, e os especialistas acreditam que a culpa é da Rússia.

Segundo os serviços de informações britânicos, desde agosto, mais de 2.300 voos da Ryanair relataram incidentes de interferência GPS, além de quase 1.400 na Wizz Air, 82 na British Airways e quatro na easyJet.

De acordo com o jornal The Sun, com base na análise de registos de voos do site GPSJAM.org, no mesmo período, cerca de 46.000 aviões registaram problemas com o GPS sobre o Mar Báltico. A maioria dos problemas relatados ocorreu na Europa Oriental, junto à fronteira com a Rússia.

O bloqueio do GPS não afetou apenas os sinais de satélite usados ​​pelas companhias aéreas, mas também smartphones e sistemas de armas.

Embora a responsabilidade da Rússia pelos ataques de interferência não tenha sido confirmada, Martin Herem, comandante das Forças de Defesa da Estónia, acredita que o Kremlin está por trás disto.

“A Rússia pode estar a tentar testar as suas capacidades de interferência num cenário potencial de jogos de guerra”, acrescentou o general estónio.

“A Rússia demonstrou as suas capacidades de guerra eletrónica noutros lugares, não apenas na Ucrânia e nos países bálticos”, disse Herem. “Eles são definitivamente muito fortes nisso”, resumiu.

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