Caos nas Urgências: Tempos de espera ultrapassaram 13 horas no fim de semana prolongado

O fim de semana prolongado, combinado com a escassez de médicos, colocou várias urgências hospitalares sob intensa pressão, resultando em tempos de espera elevados para os pacientes. No Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), o tempo médio de espera para doentes com pulseira amarela (casos urgentes) atingiu as 13h17, com 43 pessoas à espera, muito acima do tempo recomendado de uma hora para este nível de gravidade.

A situação não foi menos complicada noutras unidades de saúde. No Hospital de Portimão, o tempo médio de espera para doentes com pulseira amarela foi de 6h41. No Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, a espera média foi de 4h30, enquanto no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o tempo de espera foi de 3h38 para casos urgentes, segundo noticia o Correio da Manhã.

A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) criticou o Plano de Emergência da Saúde, apontando “equívocos e erros nas propostas sobre Urgência”. De acordo com a SPMI, cerca de 2164 camas hospitalares estão ocupadas por doentes que deveriam estar a recuperar fora das enfermarias, limitando assim a capacidade dos serviços hospitalares.

A SPMI destacou também a falta de especialistas em Medicina Interna e a baixa atratividade desta especialidade para novos médicos. Nos últimos dois anos, ficaram por preencher 250 vagas nesta área. A exposição ao Ministério da Saúde sublinha a necessidade urgente de medidas para tornar a especialidade mais atraente e resolver o problema de falta de recursos humanos.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelou que, até abril deste ano, 8895 médicos realizaram trabalho nas urgências, dos quais 3232 eram médicos internos, representando 36% do total. Estes números evidenciam a dependência significativa dos hospitais nos médicos em formação para manter os serviços de urgência em funcionamento.