“O caos é nosso amigo”: indefinição em torno do futuro de Biden ‘atinge’ campanha de Trump
Que impacto teria um possível abandono de Joe Biden na corrida para a Casa Branca para a campanha republicana de Donald Trump?
Durante muito tempo, o ex-presidente americano e respetivos aliados especularam que Biden não seria o candidato presidencial democrata: no entanto, e com o futuro político de Biden cada vez mais incerto devido ao desastroso desempenho no debate, os republicanos avaliam o que significaria esse afastamento – e há alguns que acreditam que o caminho de regresso à Casa Branca seria provavelmente mais fácil com Biden no topo da lista.
De acordo com a ‘CNN’, Donald Trump ‘reservou-se’ esta semana a uma incomum discrição no seu clube de Nova Jérsia para deixar Biden ser a notícia: “o caos é nosso amigo”, disse uma pessoa próxima de Trump.
Até agora, a campanha do ex-presidente americano tem ignorado a vice-presidente Kamala Harris nos seus ataques contra a administração Biden. Mas isso pode mudar, embora os responsáveis da campanha tenham insistido que nada se vai alterar, quer Biden esteja ou não no topo da lista democrata. “O presidente Trump derrotará qualquer democrata no dia 5 de novembro porque tem um historial comprovado e uma agenda para Tornar a América Grande de Novo”, afirmaram Chris LaCivita e Susie Wiles, cogestores de campanha, em comunicado.
No entanto, as sondagens têm revelado uma falta de entusiasmo dos eleitores americanos pelos presumíveis candidatos presidenciais dos dois partidos e ninguém sabe como é que uma mudança pode alterar a participação dos democratas ou afetar as opiniões dos eleitores indecisos. Se no lado democrata os tempos são de crise para tomar uma decisão, convém não esquecer que os republicanos passaram meses a construir uma campanha com dados cuidadosamente elaborados especificamente focados para derrotar Biden. Segundo um investigador republicano, Trump “prefere ir com o diabo que ele conhece do que com o diabo que ele não conhece”.
Nos bastidores, o Comité Nacional Republicano já tinha “livros” de pesquisas de oposição sobre democratas proeminentes que poderiam suceder a Biden em 2028, disseram assessores de Trump à ‘CNN’, incluindo a governadora de Michigan Gretchen Whitmer, o senador do Arizona Mark Kelly, o governador da Pensilvânia Josh Shapiro e o governador da Califórnia Gavin Newsom, entre outros. Os livros “estão constantemente a ser atualizados, porque eles são candidatos perpétuos e estão sempre a concorrer a alguma coisa”, explica um conselheiro sénior.
Os republicanos estão agora a planear como atingir Harris, com as primeiras discussões centradas nas suas declarações anteriores a defender a aptidão de Biden para servir. “Ela vai ser constantemente forçada a responder a uma pergunta muito simples: porque é que escondeu do povo americano a falta de acuidade mental de Joe Biden?”, indicou uma pessoa próxima de Trump.