Caixa Geral de Depósitos baixa lucros em 37% para 492 milhões em 2020

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 492 milhões de euros (ME) em 2020, menos 37% que os 776 milhões de euros registados em 2019, divulgou hoje o banco público.

No início da apresentação de resultados, o presidente não executivo do Conselho de Administração, Emílio Rui Vilar, anunciou o resultado líquido consolidado do grupo CGD, que registou 309 milhões de euros em provisões devido à pandemia de covid-19.

A operação do grupo em Portugal contribuiu com 399 milhões de euros para o resultado líquido consolidado.

Nas restantes geografias onde o grupo opera, a maior contribuição foi a do BNU de Macau, com 46 milhões de euros (69 ME em 2019), seguido do BCI de Moçambique, com 17 milhões de euros (34 ME), da Sucursal de França, com 16 milhões de euros (20 ME em 2019), do Banco Caixa Geral de Angola, com 11 milhões de euros (20 ME em 2019), da Sucursal de Timor, com três milhões de euros (cinco ME em 2019) e dois milhões de euros, tal como em 2019, do Banco Interatlântico de Cabo Verde.

A este subtotal de 95 milhões de euros foram subtraídos dois milhões, tendo o total do contributo da atividade internacional internacional sido reduzido para 93 milhões, 49% a menos que os 183 registados em 2019.

O banco público informou também que dos 492 milhões de euros de lucro em 2020, 450 dizem respeito a resultados recorrentes.

O resultado da exploração ‘core’ doméstica (soma da margem financeira alargada e comissões líquidas menos os custos de estrutura, sem efeitos não recorrentes) foi de 499 milhões de euros, uma descida de 2,7% face aos 513 milhões registados em 2019.

No total, a margem financeira (diferença entre juros recebidos em créditos e pagos nos depósitos) esta desceu de 1.132 milhões de euros em 2019 para 1.026 milhões em 2020, e na atividade em Portugal desceu de 734 ME em 2019 para 674 ME em 2020.

A receita com comissões permaneceu praticamente inalterada entre 2019 e 2020, subindo apenas 0,1% e mantendo o total arrecadado em 497 milhões de euros.

Em 2020, as comissões registaram, primeiro, uma descida dos 123 milhões de euros no primeiro trimestre para 121 milhões no segundo, ascendendo depois aos 125 ME e 129 ME no terceiro e quarto trimestres, respetivamente.

Segundo o banco, na atividade doméstica as comissões arrecadadas em títulos e gestão de ativos subiram 12 ME e em seguros cinco ME, ao passo que em serviços bancários baixaram sete ME.

Os custos de estrutura do banco também baixaram, de 954 milhões de euros no final de 2019 para 835 milhões em 2020.

Os custos com pessoal baixaram de 583 ME para 502 ME, os gastos gerais administrativos de 276 ME para os 238 ME e as depreciações e amortizações registaram um aumento de dois ME, de 94 para 96, entre 2019 e 2020.

Os recursos de clientes aumentaram dos 72.946 milhões de euros para os 79.120 milhões de euros, sobretudo devido aos depósitos, que registaram um aumento de 6.791 ME.

Em termos de exposição a dívidas públicas, ela totalizava os 19.721 ME no final do ano passado, dos quais 7.902 dizem respeito a Portugal, 5.006 ME a Espanha, 4.553 ME a Itália, 1.589 a outros soberanos da zona euro, 324 ME a Moçambique, 228 ME a Angola e 119 ME a outros países.

Em termos exposições a malparado (NPE, na sigla inglesa), o rácio de 2020 foi de 2,9%, abaixo dos 3,8% de 2019, e o rácio de crédito malparado (NPL, na sigla inglesa) foi de 3,9% no ano passado, também abaixo dos 4,7% de 2019.

Quanto aos rácios de capital, o total situou-se em 20,9% em 2020, acima dos 19,5% de 2019, e o rácio CET1 (‘common equity tier 1’) ficou nos 18,3%, também acima dos 16,9% de 2019.

A CGD detinha ainda 471 ME de imóveis detidos para venda, menos 16% que os 560 milhões detidos no final de 2019.

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