Cabaz de bens essenciais volta a ficar mais caro: Estes oito produtos subiram dois dígitos só na última semana

Comprar um cabaz de bens alimentares essenciais pode custar, esta semana, 224,92 euros. Este preço representa um aumento de 41,29 euros (mais 22,49%) face a 23 de fevereiro de 2022, véspera do início da guerra na Ucrânia, e um dos valores mais elevados desde que a DECO PROTESTE começou esta análise, a 5 de janeiro de 2022.

O peixe é a categoria de alimentos cuja subida foi mais acentuada, em termos percentuais, entre 23 de fevereiro de 2022 e 8 de fevereiro de 2023, atingindo os 24,41 por cento. Entre um quilo de salmão, pescada, carapau, peixe-espada-preto, robalo, dourada, perca e bacalhau, o consumidor pode agora ter de gastar, em média, 75,03 euros, mais 14,72 euros do que a 23 de fevereiro de 2022, assinala a DECO.

A categoria das frutas e dos legumes também tem visto os seus preços subir de forma acentuada. Em termos percentuais, o aumento foi já de 23,96 por cento. Comprar um quilo laranja, maçã gala, maçã golden, banana, tomate, couve-flor, couve-coração, alface, brócolos, cenoura, batata vermelha, curgete, cebola e um saco de alhos secos custa esta semana, em média, 29,26 euros. Antes do início da guerra, a 23 de fevereiro de 2022, igual quantidade de frutas e legumes custava menos 5,66 euros, adianta a Associação dos Consumidores.

A inflação faz-se sentir, ainda, nas restantes categorias de alimentos. Entre 23 de fevereiro de 2022 e 8 de fevereiro de 2023, o preço dos laticínios aumentou 23,25%; o da carne subiu 21,86%; o das mercearias subiu 21,72%; e o dos congelados registou um acréscimo de 14,73 por cento.

Quais os alimentos cujos preços mais aumentam?

Desde 5 de janeiro de 2022, a DECO PROTESTE tem monitorizado todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais.

Esta análise tem revelado aumentos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra. Na última semana, entre 1 e 8 de fevereiro de 2023, como mostra o gráfico, os produtos com maiores aumentos foram:

  • a couve-flor (mais 14%, ou seja, mais 35 cêntimos por quilo);
  • o robalo (mais 14%, ou seja, mais 90 cêntimos por quilo);
  • os flocos de cereais (mais 13%, ou seja, mais 28 cêntimos);
  • a couve-coração (mais 12%, ou seja, mais 18 cêntimos por quilo);
  • os brócolos (mais 12%, ou seja, 33 cêntimos por quilo);
  • o pão de forma sem côdea (mais 10%, ou seja, mais 20 cêntimos);
  • o tomate (mais 10%, ou seja, mais 24 cêntimos por quilo);
  • os douradinhos de peixe (mais 10%, ou seja, mais 54 cêntimos);
  • os cereais integrais (mais 9%, ou seja, mais 29 cêntimos);
  • e a dourada (mais 9%, ou seja, mais 59 cêntimos por quilo).

Já se compararmos o preço dos produtos registados a 23 de fevereiro de 2022 com os de 8 de fevereiro de 2023, os maiores aumentos registaram-se:

  • na couve-coração (mais 67%, ou seja, mais 69 cêntimos por quilo);
  • na alface frisada (mais 64%, ou seja, mais 1,32 euros por quilo);
  • na pescada fresca (mais 63%, ou seja, mais 3,81 euros por quilo);
  • no carapau (mais 63%, ou seja, mais 2,09 euros por quilo);
  • na polpa de tomate (mais 61%, ou seja, mais 55 cêntimos);
  • no arroz carolino (mais 59%, ou seja, mais 67 cêntimos por quilo);
  • no açúcar branco (mais 49%, ou seja, mais 54 cêntimos por quilo);
  • na cebola (mais 46%, ou seja, mais 48 cêntimos por quilo);
  • na cenoura (mais 46%, ou seja, mais 35 cêntimos por quilo);
  • e no azeite virgem (mais 44%, ou seja, mais 2,03 euros).

A associação explica que este aumento se deve ao facto de Portugal estar “altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno”, que “representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

“E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome”, sublinha a Deco.

O organismo esclarece que “a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um setor há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks”.

“A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor”, conclui.

 

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