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Cabaz de alimentos volta a subir de preço e há quatro produtos que aumentaram mais de 10% na última semana. Saiba quais
O cabaz alimentar de 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROteste voltou a ficar mais caro entre 13 e 20 de novembro. Esta cesta custa agora 236,09 euros, mais 1,16 euros (mais 0,49%) do que na semana passada, e mais 4,39 euros (mais 1,90%) face ao período homólogo. Já comparativamente à primeira semana deste ano, o cabaz alimentar está apenas 5 cêntimos (mais 0,02%) mais caro.
Como é calculado o preço do cabaz?
Desde janeiro de 2022 que a DECO PROteste acompanha a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais, analisando, todas as quartas-feiras, o custo total de um cabaz, com base nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online.
Começa-se por calcular o preço médio por produto em todas as lojas online do simulador, em que se encontra disponível. Depois, somando o preço médio de todos os produtos, obtém-se o custo do cabaz para um determinado dia.
Quais os produtos que mais aumentaram?
Na última semana, entre 13 e 20 de novembro, os maiores aumentos percentuais de preço registaram-se em produtos como a couve-coração (mais 21%), a massa em espirais (mais 12%) e o carapau (mais 11 por cento).
Já desde o início do ano, entre 3 de janeiro e 20 de novembro, as maiores subidas percentuais de preço foram as da dourada (mais 35%), do atum posta em azeite (mais 23%) e do pão de forma sem côdea (mais 19 por cento).
Porque aumentaram os preços dos alimentos?
A invasão da Rússia à Ucrânia, de onde eram provenientes grande parte dos cereais consumidos na União Europeia (e em Portugal) veio pressionar o setor agroalimentar, que estava há já vários meses a braços com as consequências da pandemia e da seca. A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos fertilizantes e da energia, necessários à produção agroalimentar, refletiu-se, por isso, num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor de produtos como a carne, os hortofrutícolas, os cereais de pequeno-almoço ou o óleo vegetal em 2022.
Taxa de inflação volta a subir em outubro
Os consecutivos aumentos dos preços ao consumidor, nomeadamente em produtos como a alimentação, contribuíram para o aumento da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação do País começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4 por cento. Já no arranque de 2024, voltou a aumentar. Em outubro, de acordo com o INE, acelerou para 2,3%, mais 0,2 pontos percentuais face a setembro.
Preço do cabaz aumentou 5,40 euros desde o fim do IVA zero
Para conter a subida dos preços na alimentação, a 27 de março de 2023, o Governo assinou um acordo com o retalho alimentar e o setor da produção agroalimentar que se traduziu na isenção de IVA num cabaz com mais de 40 alimentos entre 18 abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024. A lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias em Portugal.
De acordo com a DECO PROteste, desde o último dia de isenção de IVA num cabaz alimentar com 41 alimentos, a 4 de janeiro, a cesta de bens essenciais viu o seu preço subir 5,40 euros (mais 3,80%), de 141,97 euros para 147,37 euros, a 20 de novembro.
As contas da organização de defesa do consumidor revelam que a dourada, o carapau e o atum posta em azeite foram os produtos que registaram as maiores subidas percentuais de preço desde que o IVA zero chegou ao fim, com aumentos de 33%, 27% e 24%, respetivamente.