Cabaz de alimentos essenciais está 16 euros mais caro do que há um ano e há produtos que aumentaram até 70% de preço. Veja quais

No último ano, o preço do cabaz alimentar composto por 63 bens essenciais monitorizado pela DECO PROteste registou um aumento de 16,43 euros, correspondente a uma subida de 7,51%. A 12 de junho de 2024, o custo deste cabaz era de 235,22 euros, comparado com os 218,78 euros registados a 14 de junho de 2023.

Produtos com Maior Aumento Percentual

Entre os produtos que mais aumentaram de preço no último ano destacam-se a pescada fresca, com um aumento de 71%, o azeite virgem extra, que subiu 40%, e os cereais de fibra, com uma subida de 27%.

Foram os seguintes produtos os que registaram maiores aumentos de preços no último ano: pescada fresca (71%), azeite virgem extra (40%), cereais fibra (27%), atum posta em azeite (25%), laranja (21%), couve-flor (20%), alho seco (17%), alface frisada (17%), esparguete (15%), carne de novilho para cozer (13%).

Desde janeiro de 2022, a DECO PROteste tem acompanhado semanalmente a evolução dos preços dos bens alimentares essenciais. A análise é realizada todas as quartas-feiras, baseando-se nos preços recolhidos no dia anterior nos principais supermercados com loja online. O cálculo do preço médio por produto é feito em todas as lojas online disponíveis no simulador da DECO, resultando no custo total do cabaz para cada semana.

Variações de Preço no Primeiro Semestre de 2024

Entre 3 de janeiro e 12 de junho de 2024, os produtos cujo preço mais aumentou percentualmente foram o atum posta em azeite (22%), o salmão (15%) e a dourada (14%).

Comparando os preços de 14 de junho de 2023 com 12 de junho de 2024, a pescada fresca, o azeite virgem extra e os cereais de fibra mantêm-se como os produtos com as maiores subidas percentuais, 71%, 40% e 27%, respetivamente.

Na semana mais recente, entre 6 e 12 de junho de 2024, os maiores aumentos de preço foram registados no iogurte líquido (16%), no atum posta em óleo vegetal (14%) e nos cereais de fibra (14%).

Causas do Aumento dos Preços

A invasão da Rússia à Ucrânia teve um impacto significativo no setor agroalimentar, uma vez que grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, incluindo em Portugal, provinha da Ucrânia. Esta situação veio agravar um setor já fragilizado pelas consequências da pandemia e pela seca prolongada. A oferta limitada de matérias-primas, aliada ao aumento dos custos de produção, especialmente nos fertilizantes e na energia, resultou num incremento dos preços nos mercados internacionais, refletindo-se nos preços ao consumidor de produtos como carne, hortofrutícolas, cereais de pequeno-almoço e óleo vegetal desde 2022.

Taxa de Inflação

Os aumentos consecutivos dos preços ao consumidor, especialmente nos produtos alimentares, contribuíram para a subida da taxa de inflação para níveis históricos em 2022. No entanto, nos primeiros meses de 2023, a taxa de inflação em Portugal começou a abrandar. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em dezembro de 2023, a taxa de inflação caiu para 1,4%. Contudo, no início de 2024, voltou a aumentar, fixando-se em 3,1% em maio, um ponto percentual acima dos 2,2% registados em abril.

Impacto do Fim do IVA Zero

Para conter a subida dos preços na alimentação, o Governo assinou, a 27 de março de 2023, um acordo com o setor do retalho alimentar e da produção agroalimentar que resultou na isenção de IVA para um cabaz com mais de 40 alimentos, válido de 18 de abril de 2023 a 4 de janeiro de 2024. Esta lista de produtos com IVA zero foi definida com base nas recomendações da Direção-Geral da Saúde e incluía os alimentos mais consumidos pelas famílias portuguesas.

Desde o fim da isenção do IVA, a 4 de janeiro de 2024, o preço do cabaz alimentar monitorizado pela DECO PROteste aumentou 41 cêntimos (0,29%), passando de 141,97 euros para 142,38 euros a 12 de junho de 2024.

Produtos com Maiores Aumentos Após o Fim do IVA Zero

A análise da DECO PROteste revelou que, desde o fim da isenção do IVA, os produtos que registaram as maiores subidas de preço foram o atum posta em azeite (22%), a dourada (13%) e o iogurte líquido (12%).

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