Bulgária nega envolvimento de empresas búlgaras no fabrico de ‘pagers’

As autoridades da Bulgária rejeitaram hoje qualquer envolvimento direto da empresa Norta Global, sediada em Sófia, na produção e entrega de pagers armadilhados pertencentes ao Hezbollah no Líbano.

“Na sequência da verificação efetuada ficou estabelecido sem margem para dúvidas que nenhum equipamento de comunicação correspondente ao detonado em 17 de setembro (no Líbano) foi importado, exportado ou fabricado na Bulgária”, refere a Agência Nacional de Segurança (DANS) num comunicado.

Na quinta-feira, o organismo da Bulgária tinha anunciado que estava a proceder a investigações na sequência de um artigo publicado no portal búlgaro Telex, citando fontes anónimas, segundo o qual a empresa registada em Sófia por um norueguês tinha importado os aparelhos e organizado a entrega ao movimento islâmico libanês.

“A empresa e o proprietário não efetuaram quaisquer transações relacionadas com a compra ou venda de bens” ou “abrangidas pela lei sobre o financiamento do terrorismo”, acrescenta o DANS.

A empresa, fundada em abril de 2022 pelo norueguês Rinson Jose, registou vendas de cerca de 650 mil euros no ano passado por serviços de consultoria de gestão a clientes não europeus, de acordo com a declaração fiscal consultada pela Agência France Presse.

Centenas de recetores eletrónicos de mensagens escritas (‘pagers’) e rádios transmissores recetores (‘walkie-talkies’) utilizados pelo movimento islâmico Hezbollah (Partido de Deus), apoiado pelo Irão e aliado do Hamas palestiniano, explodiram em todo o Líbano na terça-feira e quarta-feira, num ataque sem precedentes que causou 37 mortos e quase três mil feridos.

Até à data, não foi possível determinar a origem dos aparelhos.

Hoje, dois representantes de empresas de Taiwan (República da China) foram ouvidos pelas autoridades de Taipé no âmbito da investigação sobre o grupo Gold Apollo.

A marca está inscrita nos ‘pagers’ detonados.

Na quarta-feira a empresa de Taiwan responsabilizou o parceiro húngaro BAC Consulting pelo fabrico dos equipamentos.

Segundo Budapeste, a empresa BAC Consulting é “um intermediário comercial, sem qualquer local de produção ou de funcionamento na Hungria” frisando que “os dispositivos em causa nunca estiveram em solo húngaro”.

O governo libanês, o Irão, o Hezbollah e o Hamas atribuem a Israel a autoria dos ataques com os aparelhos armadilhados.

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