Bruxelas recua: JPMorgan, Crédit Agricole, Deutsche Bank e UniCredit já podem participar na emissão de dívida pública 800 mil milhões de euros

O JPMorgan, Crédit Agricole, Deutsche Bank e UniCredit estavam entre os 10 bancos proibidos de participar da emissão inaugural de 20 bilhões de euros de dívida para financiar o fundo de recuperação de 800 mil milhões de euros da UE no início deste mês, devido a violações das regras de concorrência cometidas no passado. Hoje Bruxelas voltou atrás com a decisão.

A UE planeia levantar 80 mil milhões de euros destinados a financial o fundo de recuperação até o final do ano, e iniciará leilões regulares de dívida em setembro.

Hoje, Bruxelas emitiu mais 15 mil milhões de euros de dívida pública – nove mil milhões de euros em obrigações a cinco anos e seis mil milhões de euros em títulos a 30 anos.

No dia 15 de junho, 10 gigantes do setor bancário foram impedidos de participar na emissão de dívida europeia de 800 mil milhões de euros, que irá alimentar os planos de recuperação. Segundo o comunicado da Comissão Europeia a estas instituições, estes grandes players do mercado, como JPMorgan, Citigroup, Bank of America e Barclays, foram informados de que não podem participar neste “negócio”, por terem  violado, no passado, regras europeias de concorrência, revelaram duas fontes do Edifício Europa ao ‘Financial Times’.

O Bank of America, Natixis, Nomura, NatWest e UniCredit foram impedidos de participar devido a uma decisão antitruste da Comissão, publicada no mês passado, e que condenou o facto de estas entidades terem alegadamente participado num “cartel de negociação de títulos”, durante a crise da zona do euro há uma década.

O Citigroup, JPMorgan e Barclays e NatWest foram bloqueados, depois de há dois anos Bruxelas ter constatado que estes bancos estavam envolvidos em “atos manipulação do mercado monetário entre 2007 e 2013”.

O Deutsche Bank e o Crédit Agricole também ficaram de fora deste processo, dado que em abril também foi descoberto que estas instituições financeiras estavam envolvidas também elas num “cartel de negociação de obrigações”. Nenhum dos bancos quis comentar.

Até 2026, Bruxelas vai emitir 800 mil milhões de euros de divida pública, de forma a alimentar os planos de recuperação do bloco. Só este ano serão emitidos 80 mil milhões de euros.

Estes mecanismos financeiros serão a carteira que irá pagar o “Next Generation”, através do qual o bloco pode contar com 750 mil milhões de euros para combater a crise gerada pela pandemia.

Para tal, o plano vai inspirar-se no funcionamento do Programa SURE, que foi lançado o ano passado, na ordem dos 100 mil milhões de euros, e que tem sido financiado sobretudo através da emissão de títulos.

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