Bruxelas pede medidas “imediatas” aos Estados para evitar descontrolo da pandemia. “É a última oportunidade”
A Comissão Europeia e o Centro Europeu para o Controlo e Prevenção de Doenças (ECDC na sigla em inglês) apelaram a medidas “imediatas” para evitar que a Europa volte à situação registada na fase inicial da pandemia, na Primavera.
Sem “apontar o dedo”, a Comissão Europeia e o ECDC enviaram uma mensagem, em tom de alarme, a todos os Estados-membros. A Comissária de Saúde, Stella Kyriakides, e a directora do ECDC, Andrea Ammon, pediram aos países para tomarem medidas “imediatas”, face ao aumento de casos que a Europa tem registado nos últimos dias.
“Todos os Estados-membros devem estar preparados para implementar medidas de controlo imediatamente e no momento certo”, assinalou Kyriakides. “Pode ser a nossa última oportunidade de evitar repetir a situação da Primavera passada”, sublinhou a Comissário, que alertou sobre os riscos de “baixar a guarda” e pediu ainda aos jovens para evitarem ao máximo os novos contágios.
“Com alguns Estados-membros a apresentar números mais elevados do que durante o pico de Março, é claro que não superamos a crise”, disse Kyriakides esta quinta-feira, após a publicação de uma nova análise do ECDC.
A covid-19 está a espalhar-se em Espanha dez vezes mais rápido do que na Alemanha, Itália ou Reino Unido. A 2 de Setembro, a taxa de novas infecções nos últimos 14 dias por 100.000 habitantes em Espanha era de 227,5 – bem acima de qualquer outro país da União Europeia.
A entidade também publicou uma série de recomendações, incluindo manter a quarentena nos actuais 14 dias, em vez de reduzi-la para dez dias ou uma semana, como está a acontecer em alguns países.
O ECDC aponta ainda na sua análise que o confinamento deve ser uma medida extrema . “A evidência disponível não prova que as medidas de confinamento, em casa, sejam mais eficazes do que outras medidas”.
A directora do ECDC salientou, no entanto, que em Espanha, como noutros países, é em “ambientes privados” que ocorre a maioria das infecções. “A maior transmissão ocorre em encontros, como festas, grandes refeições familiares, casamentos e reuniões com amigos e família”, explicou Ammon.