Brexit: Boris enfrenta mais uma revolta do Governo. Quatro ministros e 50 deputados de saída

Boris Johnson está a braços com uma nova rebelião. O procurador-geral, a ministra da Cultura e os ministros da Justiça, da Saúde e para a Irlanda do Norte estarão de saída do Governo britânico. E não vão sozinhos. Com eles irão, pelo menos, meia centena de deputados conservadores que se opõem a um Brexit desordenado, noticia o “The Times”.

O diário britânico cita uma fonte governamental não identificada, que terá revelado que um «número muito grande» de deputados conservadores renunciará aos cargos se não houver um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), prevista para o próximo dia 31. Já o “Financial Times” avança que serão, pelo menos, 50 deputados a bater com a porta.

As notícias surgem um dia após Downing Street ter dito que era praticamente impossível um acordo depois depois de a chanceler alemã, Angela Merkl, fazer o que o Governo britânico descreveu como exigências inaceitáveis.

Recorde-se que, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, disse esta terça-feira que será «muito difícil» o Reino Unido e a UE entenderem-se a tempo. Varadkar afirmou ao “RTE” que continuam a existir «grande lacunas» entre ambas as partes e refere mesmo que a linguagem das negociações se tornou «tóxica».

Garantiu também que lutará «até ao último momento» para chegar a um acordo com o Reino Unido mas que não o fará «a qualquer custo» para o seu país, para a Irlanda do Norte e o resto da Europa. «O que o Reino Unido fez foi repudiar o acordo que negociámos de boa fé com o Governo da primeira-ministra [Theresa] May durante dois anos e colocar metade dele novamente em cima da mesa, dizendo que é uma concessão. E é óbvio que não o é realmente», frisou Varadkar, após uma conversa telefónica de cerca de 45 minutos com Johnson.

Também esta terça-feira, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, enviou recados ao primeiro-ministro britânico através da rede social Twitter. «Boris Johnson, não se trata de ganhar um estúpido jogo de culpas. É o futuro da Europa e do Reino Unido, bem como a segurança e os interesses do nosso povo. Não quer um acordo, não quer um adiamento [do prazo de saída], não quer uma revogação, quo vadis [para onde vamos]?», escreveu.

Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deixou o aviso: se as negociações falharem, «a explicação será encontrada no campo britânico, o pecado original está nas ilhas e não no continente». Sublinhou também, em declarações ao jornal francês “Les Echos”, que «um Brexit sem acordo levará ao colapso do Reino Unido e a um enfraquecimento do crescimento no continente».
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