Brasil registou taxa de desemprego de 13,9% em dezembro
A taxa de desemprego no Brasil encerrou o mês de dezembro e o último trimestre do ano passado em 13,9%, pior maior marca registada na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.
Na comparação com o trimestre anterior a taxa de desemprego no Brasil caiu de 14,6% para 13,9%.
Segundo o IBGE, o resultado para o ano interrompe a queda no desemprego iniciada em 2018, quando a taxa ficou em 12,3%. Em 2019, o desemprego no Brasil foi de 11,9%.
Em dezembro passado, cerca de 13,4 milhões de pessoas estavam na fila por um trabalho no país sul-americano.
Segundo Adriana Beringuy, analista do IBGE, no ano passado pioraram as “condições do mercado de trabalho em decorrência da pandemia de covid-19”.
“A necessidade de medidas de distanciamento social para o controlo da propagação do vírus paralisou temporariamente algumas atividades económicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, frisou.
“Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho”, acrescentou.
No intervalo de um ano, a população com trabalho no Brasil reduziu em 7,3 milhões de pessoas. Em 2019 pelo menos 93,4 milhões de pessoas tinham contrato de trabalho no país. Em dezembro de 2020 este número era de 86,1 milhões.
“Foi uma queda bastante acentuada e em um período muito curto, o que trouxe impactos significativos nos indicadores da pesquisa. Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%”, explicou Adriana Beringuy.
O IBGE também informou que houve uma redução de 1,5 milhão de pessoas entre os trabalhadores por conta própria, que somaram 22,7 milhões, e uma retração de 6,2% em relação a 2019.
Os desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado, chegaram a 5,5 milhões em 2020, uma subida de 16,1% em relação ao ano anterior.
“Com os impactos económicos da pandemia, muitas pessoas pararam de procurar trabalho por não encontrarem na localidade em que vivem ou por medo de se exporem ao vírus”, destacou a analista do IBGE.
“Durante o ano de 2020, observamos que a população na força de trabalho potencial cresceu devido ao contexto. Esse processo causado pela pandemia, somado às dificuldades estruturais de inserção no mercado de trabalho, podem ter reforçado a sensação de desalento”, concluiu.