Bosch diz que “é muito cedo” para confirmar despedimentos em Portugal
A Bosch disse hoje que “é muito cedo” para saber o impacto em Portugal do corte de 5.500 empregos previsto, sobretudo na Alemanha, face às dificuldades no mercado de veículos novos.
Questionada pela Lusa sobre possíveis despedimentos em Portugal, fonte oficial da empresa disse ser ainda “muito cedo para adiantar mais informações, uma vez que as negociações estão apenas a começar”.
A Bosch, empresa de equipamentos automóveis, acrescentou que os detalhes sobre o processo fazem parte das negociações com os representantes dos trabalhadores.
“Não podemos fazer quaisquer declarações concretas nesta fase”, insistiu.
A Bosch anunciou hoje que prevê suprimir 5.550 postos de trabalho a nível mundial, principalmente na Alemanha, devido a dificuldades no mercado de veículos novos.
Esta redução de pessoal decorrerá essencialmente até 2030.
Na Europa, “o setor de atividade concorre com fornecedores que, pela sua produção em países onde a estrutura de custos é mais reduzida, têm vantagens evidentes”, notou o grupo alemão.
O anúncio foi feito numa altura em que a indústria automóvel regista uma diminuição na procura, atrasos na transição para os veículos elétricos e um aumento da concorrência de fabricantes chineses.
A Bosch já tinha anunciado vários cortes de empregos em todo o mundo nos últimos meses, afetando cerca de 7.000 postos de trabalho no total, particularmente na divisão automóvel, da qual obtém quase dois terços das suas receitas, mas também nos setores de ferramentas e eletrodomésticos.
Dos empregos mais afetados pelos novos cortes, 3.850 serão na Alemanha, nomeadamente nas fábricas de Hildesheim (norte) e de Schwäbisch Gmünd (sul).