Bosch aposta na tecnologia quântica e quer “assumir uma posição de liderança” nas áreas de medicina e mobilidade

A Bosch está a apostar na tecnologia quântica e planeia trabalhar em aplicações específicas com os primeiros clientes piloto nas indústrias médica e da mobilidade, ao longo dos próximos dois anos.

A Bosch estima que o potencial anual do mercado global de aplicações para medicina e mobilidade vai atingir milhares de milhões de dólares em meados da próxima década, sendo que uma área potencial de aplicação para sensores quânticos, a interface cérebro-computador (BCI), valerá por si só mais de 5.000 milhões de dólares anualmente a longo prazo.

Um exemplo da sua utilização futura são sensores que registam impulsos nervosos para controlar membros artificiais e assim melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

“Os sensores quânticos que estamos a criar em tecnologia médica enquadram-se perfeitamente na nossa missão ‘‘Invented for life’. Até ao final da década, queremos assumir uma posição de liderança com a nossa tecnologia”, afirma Stefan Hartung, presidente do conselho de administração da Bosch.

Na área da medicina, os sensores quânticos da Bosch podem medir o campo magnético natural do coração e permitir medições simples ao longo de um período mais extenso, fornecendo muito mais dados do que a eletrocardiografia (ECG) atual.

Os sensores quânticos podem ser incorporados em itens como peças de vestuário ou colchões, o que além de permitir acelerar o diagnóstico na sala de urgência, torna também a monitorização em casa fácil e precisa. Para além disso, são um aliado importante no diagnóstico precoce.

Já na área da mobilidade, um exemplo é de um sistema de posicionamento global (GPS) que é suscetível a interferências, enquanto os sensores quânticos são resistentes a influências externas, uma vez que funcionam medindo o campo magnético imutável da Terra. Isso abre caminho para uma navegação ultraprecisa no ar, na estrada e na água.

Além disso, os  sensores quânticos poderão ainda ser usados para medir com precisão o campo magnético da corrente elétrica e, assim, determinar o nível exato de carga da bateria

O protótipo do sensor da Bosch é mais ou menos do tamanho de um telemóvel, é portátil, mais baratos de produzir e, como resultado, mais escalável. “O nosso objetivo é miniaturizar sensores quânticos ao ponto de os poder integrar num chip”, explica Katrin Kobe, responsável pela comercialização de sensores na Bosch Quantum Sensing.

O trabalho está a ser desenvolvido pela startup Bosch Quantum Sensing, criada no início de 2022, e que conta atualmente com cerca de 30 colaboradores.

 

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