Bombeiros sapadores: Conselho Geral de sindicatos reúne-se hoje de emergência após protestos

Os representantes dos bombeiros profissionais reúnem-se esta quarta-feira, em Lisboa, para avaliar os próximos passos na sua luta reivindicativa, depois de um protesto que gerou controvérsia à porta da sede do Governo, no edifício Campus XXI. O protesto, que incluiu o lançamento de petardos e tochas, levou o Governo a suspender as negociações com os sindicatos, alegando falta de condições para continuar o diálogo.

Convocado pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), o Conselho Geral reúne delegados de todo o país para discutir a possibilidade de avançar com novas manifestações ou greves. Entre as reivindicações da classe estão a revisão das carreiras, a criação de um estatuto de desgaste rápido e o aumento do subsídio de risco.

A reunião, que começa às 9h30, é vista como crucial para decidir os próximos passos no confronto com o Governo. “Os bombeiros sapadores enfrentam desafios que têm sido ignorados há demasiado tempo. Queremos soluções concretas e uma negociação séria”, declarou um representante sindical antes do encontro.

Protesto polémico e intervenção policial

Na terça-feira, cerca de 300 bombeiros sapadores concentraram-se em frente ao Campus XXI, em Lisboa, durante uma reunião entre sindicatos e o Governo. O protesto incluiu o rebentamento de petardos e o lançamento de tochas, num ato que, segundo a PSP, não foi comunicado às autoridades, constituindo uma violação das regras de manifestação.

A polícia anunciou que vai remeter o caso ao Ministério Público devido à utilização de materiais pirotécnicos sem autorização. “Estamos a tratar de uma ocorrência que pode ter implicações legais para os organizadores”, afirmou uma fonte policial.

O Executivo criticou duramente o protesto, considerando-o desordeiro, e decidiu suspender as negociações, exigindo um compromisso de “diálogo institucional sereno” para retomar o processo.

Negociações em impasse, mas com possibilidade de retoma

Apesar da suspensão das negociações, o Governo indicou abertura para voltar à mesa de diálogo, desde que sejam garantidas condições adequadas. “Estamos disponíveis para retomar as conversações, mas num contexto de respeito mútuo e serenidade”, declarou uma fonte oficial do Executivo.

Os sindicatos, por sua vez, consideram que o protesto de terça-feira foi uma expressão legítima do descontentamento da classe. “Os bombeiros sapadores estão no limite e exigem respostas imediatas para problemas que afetam a sua segurança e condições de trabalho”, defendeu um dirigente da ANBP.

Reivindicações prioritárias

No centro das exigências dos bombeiros sapadores está a revisão do estatuto profissional, com especial foco em três pontos principais:

  • Revisão da carreira: Os profissionais exigem uma atualização das carreiras, adequando-as às exigências e riscos da profissão.
  • Estatuto de desgaste rápido: A classe reivindica um regime especial que reconheça a natureza fisicamente exigente e perigosa do trabalho de bombeiro.
  • Aumento do subsídio de risco: Os sindicatos pedem um reforço deste subsídio, que consideram desajustado face aos riscos enfrentados diariamente.

Greves e novas manifestações em cima da mesa

A reunião desta quarta-feira poderá culminar na convocação de greves e outras ações de protesto em defesa das reivindicações. “Estamos a discutir todas as possibilidades, incluindo paralisações e manifestações de grande escala”, adiantou um delegado sindical antes do encontro.

Enquanto o impasse permanece, a classe dos bombeiros sapadores continua a exigir um compromisso sério por parte do Governo para responder às suas preocupações, sublinhando que estão dispostos a intensificar a luta até serem ouvidos.

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