Bombas usadas em ataque que vitimou 45 palestinianos em Rafah terão sido fornecidas pelos EUA

Por Francisco Laranjeira

O ataque israelita ao campo de refugiados, em Rafah, que matou mais de 40 pessoas, no passado domingo, foi realizado com bombas de fabrico americano, segundo revela esta quarta-feira a ‘CNN’ e a ‘Sky News’ – os números de série das bombas correspondem aos de um fabricante sediado na Califórnia.

Morreram pelo menos 45 pessoas e mais de 200 ficaram feridas na sequência de um incêndio provocado por um ataque militar israelita contra um campo de deslocados no sul da Faixa de Gaza, conhecido como “Campo de paz do Kuwait 1”.

De acordo com quatro especialistas, incluindo um antigo membro da equipa de desativação de engenhos explosivos do exército dos Estados Unidos, foram utilizadas bombas de pequeno diâmetro GBU-39, de fabrico americano – este explosivo foi desenhado para atacar “alvos pontuais estrategicamente importantes”, causando poucos danos colaterais, indica Chris Cobb-Smith, especialista em armas explosivas, em declarações à ‘CNN’.

No entanto, refere o especialista, “a utilização de qualquer munição, mesmo desta dimensão, implicará sempre riscos numa zona densamente povoada”, acrescenta.

De acordo com a ‘Sky News’, Israel utilizou GBU-39 no ataque, salientando que Telavive recebeu mil exemplares do engenho explosivo em 2023.

Os Estados Unidos não confirmaram que as bombas utilizadas foram fabricadas no país e Israel, através do porta-voz militar Daniel Hagari, garantiu que o incêndio em questão não poderia ter sido causado pelas bombas de 17 quilos utilizadas no ataque.

“Estamos a analisar todas as hipóteses, incluindo a possibilidade de as armas armazenadas num complexo próximo do nosso alvo, de que não tínhamos conhecimento, poderem ter deflagrado na sequência do ataque”, revela, salientando que a operação tinha por alvo um local onde estavam dois membros de topo do Hamas e onde não havia civis. No entanto, “devido a circunstâncias imprevistas”, o trágico incêndio deflagrou e alastrou à zona das tendas onde estavam sobretudo mulheres e crianças.

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