Bombardeiros russos sobrevoam Mar do Japão durante visita de primeiro-ministro Fumio Kishida à Ucrânia
Dois bombardeiros estratégicos russos Tupolev TU-95MS, que voam regularmente sobre águas internacionais no Ártico, sobrevoaram o Mar do Japão ao longo de mais de sete horas, esta terça-feira, dia em que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, visita a Ucrânia, segundo o Ministério russo da Defesa.
Os aviões russos Tupolev TU-95MS fizeram um “voo planeado”, escoltados por aviões de combate, em estrita conformidade com o Direito Internacional e em águas neutras, informou o Kremlin.
Fumio Kishida está em Kiev para se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, viagem que fez de comboio a partir da Polónia, de forma a dar apoio às forças ucranianas contra o país invasor, relatou a televisão pública japonesa.
A viagem do líder do executivo japonês tem como objetivo “transmitir diretamente solidariedade e apoio inabalável à Ucrânia” e “rejeitar resolutamente a agressão da Rússia contra a Ucrânia”, avançou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país em comunicado.
Esta visita surpresa de Kishida a Kiev surge horas depois de ter estado com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em Nova Deli, na Índia.
Apesar de o Japão demonstrar apoio à Ucrânia juntamente com as outras nações do G7 Kishida, que vai presidir à cimeira do grupo em maio, é o único líder que ainda não tinha visitado o país invadido pela Rússia, assinalando-se assim a primeira vez que um chefe de Governo japonês visita um país ou região em conflito desde a II Guerra Mundial.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a invasão à Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022, para “desmilitarizar e desnazificar” o país vizinho, ofensiva militar que levou a União Europeia (UE) a responder com vários pacotes de sanções internacionais. Para assinalar o aniversário da guerra, os aliados ocidentais da Ucrânia anunciaram o reforço do apoio militar a Kiev.
A invasão russa desencadeou uma guerra de larga escala que deixou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Não é conhecido o número de baixas civis e militares do conflito, contudo diversas fontes, entre as quais a Organização das Nações Unidas (ONU), admitiram que será elevado.