Bolsonaro desvaloriza incêndios na Amazónia. «Califórnia e África também estão a arder», argumenta

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse esta quarta-feira que o país estava a ser “desproporcionalmente” criticado pelos incêndios na floresta tropical amazónica e nas zonas húmidas do Pantanal, numa altura em que muitas regiões do mundo estão a arder.

O mês de Agosto poderá ter registado a pior vaga de incêndios da última década na Amazónia, a maior floresta tropical do mundo. O Pantanal, a maior zona húmida do planeta, registou este ano o maior número de incêndios desde o início dos registos governamentais, em 1998.

“Há críticas desproporcionadas à Amazónia e ao Pantanal. A Califórnia está a arder. A África tem mais fogos do que o Brasil”, disse Bolsonaro, citado pela agência Reuters.

Na Amazónia, os fazendeiros ilegais e especuladores de terras costumam atear fogo a parcelas de terra para as limpar para fins agrícolas. Nas zonas húmidas do Pantanal, a polícia federal está a investigar  agricultores por alegadamente iniciarem incêndios de forma ilegal.

Vários activistas culpam Bolsonaro, que apoia a agricultura intensiva e a mineração comercial na Amazónia, por incentivar aqueles que destroem a floresta, ao que Bolsonaro argumenta que o desenvolvimento da Amazónia ajuda a diminuir a pobreza da região.

O Presidente brasileiro disse esta quarta-feira que o Governo estava a tentar resolver o problema dos incêndios através de uma iniciativa para emitir títulos de terra aos que ocupam terras públicas, num esforço que o Governo já defendeu anteriormente que permitirá que sejam responsabilizados.

Mas, sem apresentar quaisquer provas, acusou as organizações não governamentais (ONG) de perturbarem os esforços do Governo para conceder estes títulos de propriedade de terras.

No início deste ano, o Governo brasileiro tentou fazer passar pelo Congresso um projecto de lei que facilitaria a emissão de títulos de terra, mas o esforço falhou depois de OGNs terem dito que iria aumentar a desflorestação.

Em vez disso, o Governo disse que iria impulsionar os esforços para a emissão de títulos de propriedade de terras a nível administrativo ao abrigo das leis em vigor.

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