Bloco pró-Rússia no coração da Europa deverá expandir-se em 2025… e isso é um grande problema para a UE

Depois da Hungria e Eslováquia, o bloco pró-Rússia no coração da Europa vai crescer em 2025.

Os líderes da Europa central amigos do Kremlin, como o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e o seu colega eslovaco Robert Fico, poderão receber no próximo ano um rosto conhecido: o ex-primeiro-ministro da República Checa, Andrej Babis, que tem vindo a subir novamente nas sondagens nacionais.

Andrej Babis é um camaleão político bilionário, menos enraizado ideologicamente do que Orbán ou Fico, mas inclinou o seu partido firmemente para a direita e tem ecoado a retórica dos seus colegas húngaro e eslovaco – Babis salientou que se Trump for eleito presidente dos EUA não haveria guerra russa na Ucrânia e uma vitória eleitoral do candidato republicano em novembro garantiria a paz – indicou ainda a sua preferência por reduzir o apoio à Ucrânia.

Babis, o controverso magnata da agricultura que foi primeiro-ministro entre 2017 e 2021, tem sido desacreditado por altos responsáveis checos como alguém que está nas mãos de Orbán desde que o seu partido, o Ação dos Cidadãos Insatisfeitos (ANO), se juntou à nova fação de extrema-direita e anti-imigração do líder húngaro em Bruxelas, neste verão.

“O movimento ANO é apenas um fantoche de Orbán”, sustentou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rep. Checa, Jan Lipavsky, ao jornal ‘POLTIICO’. “Eles claramente encontraram amigos entre nacionalistas pró-Rússia e xenófobos” no Parlamento Europeu, referiu.

No entanto, os eleitores checos estão a voltar-se em massa para Babis, de acordo com as mais recentes sondagens regionais, antes de uma votação parlamentar nacional em 2025. O ex-primeiro-ministro obteve uma vitória esmagadora em 10 das 13 regiões do país, com 35% dos votos em setembro, um aumento acentuado em relação aos 21% nas últimas eleições regionais em 2020. Foi um alerta para a atual coligação governante — e para Bruxelas.

O atual governo do primeiro-ministro Petr Fiala, um conservador que apoia a Ucrânia, tem uma taxa de popularidade recorde de 24%, a pior de todos os governos checos desde 2013, devido à má comunicação e à promessa não cumprida de não aumentar impostos. Isso aumenta as chances de Babis de regressar ao poder, já que a sua popularidade permanece estável apesar do seu envolvimento em vários escândalos.

Desde que perdeu as eleições parlamentares em 2021, Babis, de 70 anos, adotou uma retórica inflamada emblemática dos líderes de extrema-direita, desde culpar a UE pelos altos preços da energia até questionar a ajuda militar à Ucrânia ou protestar contra a migração ilegal, que ele quer resolver enviando forças armadas ao longo das praias do sul da Europa. Ao longo dos anos, o seu partido flexível foi descrito como algo que vai de esquerda a populista, tecnocrático, abrangente, conservador e de extrema-direita.

Ler Mais





Comentários
Loading...