Bitcoin atinge o nível mais alto desde janeiro de 2018 à boleia das eleições nos EUA
O preço da Bitcoin subiu para mais de 14.900 dólares, esta quinta-feira, o nível mais alto desde janeiro de 2018, fruto da volatilidade causada pelas eleições presidenciais nos EUA, noticia a ‘Reuters’, adiantando que os investidores esperam que mais estímulos por parte do banco central à economia, aumentem, ainda mais, o valor dos ativos digitais.
A mais relevante das criptomoedas aumentou mais de 10% desde o dia da eleição presidencial, com o democrata Joe Biden a discutir ‘taco a taco’ a vitória com o Presidente Donald Trump. A Bitcoin foi negociado pela última vez, numa subida de 5,4%, a 14.930 dólares.
“A Bitcoin é a grande vencedora do atual ambiente macro”, disse Anthony Pompliano, cofundador e sócio da empresa de investimento em criptomoeda Morgan Creek Digital Assets.
O Banco da Inglaterra adicionou cerca de 195 mil milhões de dólares ao seu programa de compra de ativos na quinta-feira, e o Federal Reserve deve sinalizar mais tarde que fará tudo o que puder para ajudar a economia dos EUA.
A Bitcoin está em alta nas últimas semanas, sobretudo desde que a empresa de pagamentos digitais PayPal anunciou que permitiria compras com moedas virtuais na sua plataforma.
A notícia reforçou as expectativas de longa data de que a bitcoin e as suas rivais podem tornar-se uma forma de pagamento mais viável, uma meta que tem sido difícil de alcançar.
Os investidores e entusiastas da Bitcoin também estão a depositar esperanças em novos aumentos de preços na sequência de uma maior clareza dos reguladores financeiros globais sobre as regras para criptomoedas e maior adoção pelas principais empresas financeiras.
“O ativo antes descartado agora é reconhecido pelas finanças tradicionais”, disse Dave Chapman, diretor executivo da OSL, uma corretora de criptomoedas em Hong Kong. “Isso não vai desaparecer e agora tem a clareza regulatória dos reguladores em todo o mundo”, declarou, à ‘Reuters’.
O preço da Bitcoin disparou para mais de 20 mil dólares em dezembro de 2017 e caiu 50% no mês seguinte.
“O Bitcoin não sobe ou desce por razões macroeconómicas”, sublinhou David Gerard, especialista em criptomoeda e autor do livro recente sobre a moeda virtual Libra, liderada pelo Facebook. “O mercado é escasso e manipulado, e cada mudança de preço é totalmente explicada por questões do mercado interno”, concluiu.