Biden prepara novo pacote de ajuda à Ucrânia de 725 milhões de dólares em armas

A administração do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está a ultimar um pacote de ajuda militar no valor de 725 milhões de dólares para a Ucrânia. Segundo fontes oficiais norte-americanas, este esforço destina-se a reforçar as capacidades de defesa de Kyiv antes da saída de Biden da Casa Branca, em janeiro, quando o presidente eleito, Donald Trump, assumirá o cargo.

O plano, revelado `Reuters por dois funcionários norte-americanos sob anonimato, inclui uma ampla gama de armamentos destinados a travar o avanço das forças russas. Entre os equipamentos previstos estão minas terrestres, drones, mísseis Stinger e munições para os sistemas de foguetes HIMARS (High Mobility Artillery Rocket Systems).

Além disso, o pacote deverá incluir munições de fragmentação, utilizadas em foguetes do tipo Guided Multiple Launch Rocket System (GMLRS), disparados pelos lançadores HIMARS. Estes armamentos têm sido cruciais no campo de batalha devido à sua capacidade de saturar áreas com projéteis explosivos, oferecendo uma vantagem estratégica significativa.

A notificação oficial ao Congresso poderá ser emitida já na próxima segunda-feira, embora o tamanho e o conteúdo exato do pacote ainda possam ser ajustados antes da assinatura de Biden.

Este pacote representa um aumento substancial nos valores disponibilizados ao abrigo da Autoridade Presidencial de Retirada (Presidential Drawdown Authority, PDA), que permite ao governo norte-americano usar os stocks de armas existentes para ajudar aliados em situações de emergência. Anúncios recentes de assistência militar sob a PDA situavam-se entre 125 milhões e 250 milhões de dólares, tornando este pacote consideravelmente maior.

Biden ainda dispõe de cerca de 4 a 5 mil milhões de dólares em fundos autorizados pelo Congresso ao abrigo da PDA, que se espera que sejam utilizados antes da transição para a administração de Trump.

Um dos componentes mais polémicos do pacote são as minas terrestres. Os EUA não exportam este tipo de armamento há décadas, e o seu uso é amplamente criticado devido ao impacto potencial em civis. Mais de 160 países assinaram um tratado internacional proibindo o uso de minas terrestres, mas a Ucrânia tem pedido consistentemente este tipo de armamento desde o início da invasão russa em 2022, uma vez que as forças russas já o utilizam na linha da frente.

As minas incluídas no pacote norte-americano são descritas como “não persistentes” e equipadas com sistemas de alimentação temporária, tornando-as inofensivas após um curto período. Diferentemente de minas tradicionais, estas não permanecerão ativas no solo, reduzindo os riscos a longo prazo para civis.

Fontes dos EUA indicaram que a Ucrânia se comprometeu a utilizar estas armas apenas no seu próprio território e em áreas desprovidas de civis.

Enquanto Biden reforça o apoio a Kyiv, o presidente eleito Donald Trump já começou a delinear a sua abordagem ao conflito. Na quarta-feira, Trump nomeou o general reformado Keith Kellogg como enviado especial para a guerra na Ucrânia. Kellogg apresentou um plano para encerrar o conflito, em linha com uma das promessas centrais da campanha de Trump: terminar rapidamente a guerra. No entanto, Trump tem evitado discutir publicamente os detalhes da sua estratégia.

Este pacote de ajuda militar poderá ser uma das últimas ações significativas da administração Biden em relação à Ucrânia, marcando um esforço para garantir que Kyiv continue a resistir à agressão russa durante a iminente transição política nos EUA.

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