Bancos podem perder até 83 mil milhões de euros nos próximos três anos, revela estudo da Accenture

Um novo relatório da Accenture mostra que os bancos podem perder até 83 mil milhões de euros nos próximos três anos, o correspondente a 4,6% das receitas globais de pagamentos, se forem lentos na oferta de opções de pagamento inovadoras.

De acordo com o relatório “Payments Gets Personal”, que se baseia num inquérito a mais de 16.000 consumidores em 13 países da Europa, América do Norte, América Latina e Ásia, a lenta adoção de soluções inovadoras de pagamentos pode comprometer consideravelmente as receitas bancárias.

Os dados mostram que 31 mil milhões de euros de receitas de pagamento estão em risco na América do Norte, mais de 23 mil milhões de euros na América Latina, e mais de 22 mil milhões de euros na Ásia-Pacífico. Na Europa, onde mais de 55% dos consumidores não utilizam regularmente cartões de crédito, são quase 4 mil milhões de euros em risco.

Um dos aspetos preponderantes é que os bancos devem ser capazes de acompanhar o panorama dos pagamentos, visto que mais de metade (56%) dos consumidores inquiridos utilizam carteiras digitais e 10% utilizam aplicações de pagamento de conta-a-conta (A2A).

“À medida que os consumidores reavaliam a forma como pagam e movimentam o seu dinheiro, os fornecedores de pagamentos tradicionais estão rapidamente a perder a sua posição sobre a experiência de pagamentos dos clientes para os novos operadores no mercado. Esta ameaça significativa às receitas bancárias centrais é agravada pela atual volatilidade económica, acelerando a digitalização, e a procura dos consumidores por pagamentos sem descontinuidades”, diz Sulabh Agarwal, Global Payments lead da Accenture.

O estudo mostra ainda que os fatores macroeconómicos externos, incluindo a inflação e o aumento das taxas de juro, estão a moldar as escolhas de pagamento dos consumidores, uma vez que procuram reduzir os juros da dívida.

Para dar resposta a este desafio, a Accenture recomenta que os banco abracem parcerias à escala, ofereçam simplicidade e rapidez nos processos e ofereçam soluções além dos pagamentos.

“Os bancos que fazem movimentos ousados para abraçar meios de pagamento da próxima geração, oferecendo às pessoas mais escolha e controlo, poderiam desbloquear níveis mais elevados de envolvimento do cliente e impulsionar o crescimento num ambiente de taxas de juro crescentes”, conclui Sulabh Agarwal.

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