Bancos vão analisar comportamentos de risco nas redes sociais antes de darem créditos

O governador do Banco de Portugal anunciou esta manhã uma grande mudança no mercado bancário e no acesso ao crédito, com a entrada em cena das plataformas digitais no sistema financeiro.

O crédito será segmentado à medida dos clientes, usando para isso dados financeiros e outros métodos, que vão desde os padrões de consumo à sua presença e interacções nas redes sociais. «Vamos assistir a muitos preços no crédito e nos serviços financeiros em função da natureza de cliente. Vai haver um problema a prazo de semi exclusão por parte dos segmentos de clientes com maior risco, que vão ver os seus preços muito diferenciados em função do seu perfil de procura ou das contingências associadas aos pagamentos que têm de fazer», disse Carlos Costa, na abertura de uma conferência  sobre a “Banca do Futuro”, organizada pelo “Jornal de Negócios”.

Isto, acrescentou, terá consequências na decisão sobre o preço de cada um. «Os dados que são carregados nas redes sociais não servem apenas para comunicar entre os parceiros, mas também para caracterizar cada um dos intervenientes e, dessa forma, determinar qual o preço que têm de pagar», acrescentou o responsável máximo pelo banco central.

A análise dos dados será feita por inteligência artificial, e os produtos e serviços serão oferecidos e contratados, sobretudo, através de plataformas digitais e não ao balcão.

Carlos Costa aproveitou ainda para alertar para as questões de segurança dos bancos na rede. «Não vale de nada o Banco de Portugal ter – e tem – uma grande capacidade de resposta a nível de cibersegurança se algum dos nossos parceiros, ligados ao nosso sistema, tiver uma falha. Uma falha num dos parceiros pode contaminar todo o sistema», alertou.






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