“Baloiço” dos mercados: Eis o que tem mesmo de saber hoje se vai investir

O dólar manteve a estabilidade que tem caracterizado a semana, durante a primeira parte da sessão de negociação desta quinta-feira, numa altura em que os mercados competem para ver quem acerta a direção que a Fed tomará depois dos discursos conflituantes da Reserva Federal nos últimos dias.

Enquanto o presidente da Fed, Jerome Powell, minimizou a tempororariedade da inflação, no seu discurso diante a Casa dos Representantes, o presidente da Fed de Atlanta, Raphael Bostic, demonstrou preocupação, afirmando que o atual aumento dos preços pode levar mais tempo, do que o esperado, a estabilizar.

Assim, torna-se cada vez mais claro que existem duas visões distintas a coexistir dentro da Fed e que esta incerteza poderá condicionar o desempenho do dólar e das outras moedas nos próximos meses.

O ouro continua a ser negociado dentro de um padrão, que sucede a uma ruptura e que pode indiciar uma tendência de continuidade ou reverter, entre os 1.800 dólares (1.510 euros à taxa de conversão de hoje) e os 1.760 dólares (1.470 euros) , sendo que, por agora, não existem sinais de reversão.

O atual sentimento de otimismo global fez com que os traders e outros investidores de médio prazo mudassem de postura, passando de ativos mais defensivos e seguros para ativos mais arriscados, o que representa um catalisador de baixa para o ouro. Além disso, também a falta de direção do dólar americano está a aumentar a pressão de baixa sobre o ouro.

Tecnicamente falando, a situação não é tranquilizadora depois da falsa superação de alta de ontem, que levou o preço do metal precioso para perto do nível inferior do seu padrão triangular, aumentando a probabilidade de ressurgimento da tendência de baixa na próxima sessão de negociação. Uma quebra deste padrão poderia levar o preço aos seus níveis de suporte localizados nos 1.760 dólares (1.470 euros)  e 1.740 dólares (1.460 euros) e abriria a porta para uma queda ainda mais acentuada.

Ações europeias

As bolsas europeias valorizaram esta quinta-feira, com a maioria dos benchmarks a serem impulsionados pelo setor automóvel e pela banca, isto numa altura em que aumenta o otimismo dos mercados.

A recente publicação, por parte de economias desenvolvidas, de dados macroeconómicos sólidos, sugerindo que existem fortes recuperações em curso, combinadas com o apoio monetário ainda em vigor na Europa e nos EUA, são vistos como os principais impulsionadores de alta pelos investidores.

Este contexto potenciou o otimismo do mercado, o que pode colocar um fim à atual correção técnica registada na maioria dos índices desde o final da semana passada.

Ainda assim, durante o dia hoje, os traders ficarão de olho na publicação dos dados referentes aos pedidos de subsídio de desemprego, ao PIB, às encomendas de bens duradouros e os resultados dos testes de stress nos maiores bancos dos EUA.  Assim, a sua publicação pode trazer maior volatilidade ao mercado no final desta tarde.

Entretanto, na Europa, os investidores em ações do Reino Unido deverão estar focados na decisão do Banco de Inglaterra quanto à política monetária, o que poderá ter impacto na libra esterlina, arrastando as grandes empresas exportadoras no índice FTSE-100.