Avaliações de Kiev estão cada vez mais sombrias: defesas da Ucrânia podem cair até ao verão, apontam especialistas

Os avanços russos podem ganhar um impulso significativa até ao verão, alertaram as autoridades ucranianas, que garantiram que os aliados precisam de aumentar o fornecimento de munições, indicou a publicação ‘Bloomberg’.

As avaliações internas da situação no campo de batalha de Kiev estão a tornar-se cada vez mais sombrias, à medida que as forças ucranianas lutam para conter os ataques russos e ao mesmo tempo racionar o número de projéteis que podem disparar.
O comandante-em-chefe, Oleksandr Syrskyi, salientou que os erros dos comandantes da linha de frente agravaram os problemas enfrentados pelas defesas da Ucrânia em torno de Avdiivka, que foi capturada pelas forças russas este mês.

O pessimismo entre a Ucrânia e os seus aliados tem vindo a aumentar há semanas, à medida que veem as forças russas tomarem a iniciativa na linha da frente com a ajuda vital dos EUA retida no Congresso. A queda de Avdiivka e de várias aldeias próximas está a alimentar os medos de que as defesas de Kiev possam não ser capazes de resistir.

Essas perdas deveriam servir de alerta aos aliados da Ucrânia, disse uma autoridade europeia. “A Ucrânia pode começar a perder a guerra este ano”, garantiu Michael Kofman, especialista em Rússia e Ucrânia do ‘Carnegie Endowment for International Peace’.

O presidente russo, Vladimir Putin, não desistiu do seu objetivo original de tomar grandes cidades, incluindo a capital Kiev e Odesa, de acordo com avaliações da inteligência ucraniana – se Moscovo chegar a Odesa, seria capaz de fechar as cruciais rotas de exportação de cereais da Ucrânia através do Mar Negro e também abrir o acesso à Moldávia, onde a região separatista da Transnístria apelou na passada quarta-feira a Moscovo por apoio político.

Dependendo dos resultados da campanha atual, a Rússia decidirá se continuará com um avanço lento e opressor ou acumulará recursos para um ataque maior para romper as linhas ucranianas neste verão, salientou a publicação.

Uma grande ofensiva ainda seria um desafio para o Kremlin depois de dois anos de guerra que esgotaram as suas forças. Os esforços da Rússia para tomar Kiev, Kharkiv e avançar para Odesa nas primeiras semanas da guerra falharam espetacularmente.
Apesar da escassez da Ucrânia, a Rússia precisaria de muito mais soldados, mas também de tanques e veículos pesados para lançar uma ofensiva, garantiu o almirante Rob Bauer, presidente do comité militar da NATO, no passado dia 17.

Putin “tem mais artilharia, tem a capacidade de substituir uma certa quantidade de mísseis todos os meses, que está a utilizar, mas não tem sido totalmente bem-sucedido em termos de aumento, por exemplo, de tanques e veículos blindados”, frisou Bauer.

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