Autoridades portuguesas investigam recrutamento de migrantes marroquinos para crime organizado

Um barco com migrantes naufragou este sábado na costa de El Jadida, em Marrocos, o que causou várias mortes. Ainda não se sabe se o destino era Portugal. As autoridades estão a avaliar uma possível rede criminosa de recrutamento para gangues, de acordo com o Diário de Notícias (DN).

“É possível que alguns dos migrantes marroquinos que desembarcaram em Portugal tenham como destino organizações criminosas que atuam na Europa, dominadas pela designada máfia marroquina”, disse um alto quadro de uma força de segurança ao DN.

De acordo com a mesma fonte, que não está diretamente ligada à investigação da rota de imigração ilegal, liderada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), estes gangues “procuram operacionais com um perfil que se encaixa no dos migrantes que têm chegado por via marítima: jovens, solteiros e dispostos a recorrerem à violência”.

De acordo com o DN, a maioria não pretende ficar em Portugal, que serve apenas como um ponto de entrada para a Europa para estes migrantes.

“Embora ainda não sejam conhecidos casos, por esta rota ser recente, esta é uma pista a ter em conta” e “estão a ser feitos alguns contactos com a Europol [serviço europeu de polícia] nesse sentido”, afirma fonte da task-force, constituída por GNR, Marinha e Força Aérea, para apoiar a investigação liderada pelo SEF.

O naufrágio que ocorreu este sábado alertou a equipa que está a acompanhar a investigação, uma vez que se trata da mesma origem dos migrantes que têm conseguido chegar a Portugal nos últimos meses.

A atividade ligada à máfia marroquina na Europa, no últimos anos, tornou-se uma das prioridades da Europol.

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