Autoridades da Geórgia travam “ataque terrorista e conspiração para derrubar o governo”

As autoridades da Geórgia alegaram na quarta-feira a descoberta de um plano para assassinar altos funcionários do partido governante, levantando preocupações sobre o futuro da democracia nesta nação no sul do Cáucaso.

Num comunicado publicado no Facebook, o Serviço de Segurança do Estado da Geórgia informou que iniciou uma investigação sobre “a preparação de um ataque terrorista e conspiração para derrubar o governo do estado”. Segundo o serviço, o plano foi arquitetado por antigos funcionários do governo, possivelmente referindo-se àqueles que serviram sob o governo anterior.

Um dos alvos do plano seria Bidzina Ivanishvili, magnata dos negócios e ex-primeiro-ministro, que fundou o partido governante Sonho Georgiano. Vários georgianos que viajaram para a Ucrânia para lutar contra a invasão russa foram detidos para interrogatório como parte da investigação, conforme reportado pela mídia local.

Mamuka Mamulashvili, comandante da Legião Georgiana que luta na Ucrânia, revelou ao veículo independente russo The Insider que cerca de 300 pessoas da sua unidade foram adicionadas à lista de procurados no seu país de origem.

Ao mesmo tempo, meios de comunicação pró-governo informaram que um processo legal está em andamento, sem, contudo, apresentarem evidências para as acusações. O governo do Sonho Georgiano tem enfrentado críticas por retroceder em questões de direitos humanos e liberdades políticas, tendo introduzido uma nova lei, inspirada na legislação russa, que rotula ONGs apoiadas pelo Ocidente como agentes estrangeiros e dispersado violentamente manifestantes.

A candidatura da Geórgia à União Europeia foi congelada devido às recentes disputas políticas. As eleições parlamentares nacionais estão previstas para outubro, e Ivanishvili prometeu punir a oposição após o pleito, centrando a sua campanha em retórica anti-Ocidente e anti-LGBTQ+.

A revelação desta trama adiciona uma camada de tensão à já conturbada cena política georgiana, com implicações significativas para a estabilidade e o futuro democrático do país. As alegações de conspiração e os esforços para controlar a narrativa política através de novas leis e repressão aos protestos indicam um período de incerteza e potencial conflito interno à medida que a Geórgia se aproxima das eleições.

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