Aumento salarial médio por ano adicional de escolaridade tem vindo a descer, diz estudo da Gulbenkian

O aumento salarial médio por ano adicional de escolaridade tem vindo a descer significativamente para as gerações mais recentes (de 10% para 5%), concluiu um estudo sobre o mercado de trabalho em Portugal apresentado ontem, terça-feira, pela Gulbenkian.

“Um olhar mais atento sobre a evolução do mercado de trabalho português, numa perspetiva intergeracional, permite verificar se o facto de as gerações mais recentes serem mais escolarizadas se traduz em maiores salários, se há implicações, em termos de carreira, por se entrar no mercado de trabalho durante uma crise económica, se as relações contratuais são semelhantes para as várias gerações, ou qual a relação entre contribuições e subsídios para cada geração”, é explicado.

O documento revela ainda que dois terços das pessoas nascidas nos anos 90 têm contratos a prazo, quase o triplo dos nascidos antes de 1980, um cenário que se mantém à medida que os trabalhadores ficam mais velhos.

Realizado por Pedro Martins, o estudo propõe-se a analisar as diferenças salariais e contratuais que existem, bem como refletir acerca do prémio salarial da educação, o acesso das várias gerações a benefícios sociais, e o impacto das crises económicas na evolução das carreiras, de acordo com notas da apresentação às quais a ‘Executive Digest’ teve acesso.

No evento de apresentação participaram a Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, Luís Lobo Xavier, Pedro Martins (Queen Mary University of London & Nova SBE), autor do estudo, bem como Miguel Poiares Maduro, Presidente do Conselho Científico do Fórum Gulbenkian Futuro.

O estudo “A Equidade Intergeracional no trabalho em Portugal”, realizado no âmbito do projeto dedicado à Justiça Intergeracional, do Fórum Gulbenkian Futuro, analisa a evolução das gerações no mercado laboral português entre 1986-2018, abrangendo a totalidade do setor privado por conta de outrem.

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