Aumentar a produtividade das pequenas empresas poderia adicionar 4,4% do PIB nacional

As Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs) são cruciais para as economias dos países, representando cerca de metade do PIB mundial. No entanto, essas empresas atingem apenas metade da produtividade das grandes corporações, o que limita o seu potencial de crescimento e impacto económico.

O novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI), intitulado “A microscope on small businesses: Spotting opportunities to boost productivity,” revela que, em Portugal, as MPMEs atingem 66% da produtividade das grandes empresas, superando a média de 60% observada em outras economias avançadas.

Esse desempenho relativamente melhor é atribuído, em parte, ao fraco desempenho de algumas grandes empresas no país. Em Portugal, quase dois quintos do emprego estão em MPMEs, comparado a menos de um terço em outras economias avançadas.

Reduzir a diferença de produtividade entre MPMEs e grandes empresas poderia adicionar 4,4% ao PIB nacional. Setores como Comércio, Indústria Transformadora e Serviços Administrativos beneficiariam significativamente dessa melhoria.

O relatório destaca ainda que as MPMEs que colaboram estreitamente com grandes empresas apresentam uma diferença de produtividade 40% menor. Isso sugere que a criação de um ambiente económico que favoreça a colaboração entre empresas de diferentes tamanhos pode ser uma abordagem eficaz para aumentar a produtividade.

A análise também mostra que, em dois terços dos subsectores de atividade globalmente, a produtividade das MPMEs evolui em paralelo com a das grandes empresas. Isso indica que as interações entre essas empresas podem ser mutuamente benéficas.

“Acelerar o crescimento da produtividade sempre foi a forma adequada de garantir prosperidade a longo prazo e as MPMEs desempenham um papel crucial, especialmente quando começamos a assistir a uma reconfiguração dos padrões de comércio global,” afirma Olivia White, sócia sénior da McKinsey e Diretora do MGI.

Anu Madgavkar, sócia do MGI, acrescenta que “as MPMEs são moldadas mediante interações com outras empresas que podem ser mutuamente benéficas, numa relação win-win, independentemente da sua dimensão. Para desbloquear estas vantagens é necessário examinar detalhadamente a produtividade das MPMEs”.

“Para além das abordagens gerais, os stakeholders devem adotar uma visão mais pormenorizada que permita impulsionar a produtividade das MPMEs. Uma abordagem mais benéfica consiste em dar prioridade aos domínios económicos onde as PMEs podem ter uma vantagem competitiva real e estimular parcerias entre grandes e pequenas empresas nessas áreas para fazer funcionar o motor da produtividade”, afirma Marco Piccitto, sócio sénior da McKinsey e Presidente do Conselho do MGI.

Ler Mais