Auchan vai gastar 30 milhões de euros para reforçar digital e abre porta a “dark stores”
A Auchan investiu este ano um milhão de euros na criação de um novo site e vai gastar mais 30 milhões de euros até 2025, para aperfeiçoar o sistema de compras online, avança Solange Farinha, diretora de experiência cliente & digital do grupo de origem francesa, em entrevista ao Jornal de Negócios (JN).
O plano da Auchan arrancou no final de maio com o lançamento de uma nova plataforma, contratada à Salesforce, “uma das mais avançadas do mundo”, baseada em inteligência artificial.
“É um site com capacidade para aprender, com base nas pesquisas dos clientes, que vão sendo refletidas nas utilizações posteriores”, explica Solange Farinha. “Isto significa que o site que temos hoje já não será o mesmo daqui a um ano. Esta plataforma permite acelerar a inovação”, acrescenta, citada pelo JN.
“A Auchan está a trabalhar para que as encomendas estejam acessíveis no espaço de duas horas nas suas zonas de implantação geográfica, tanto no “click and collect” (compra online e recolhe em loja) como na entrega ao domicílio, revela a diretora. Mas a ambição é fazer entregas em casa e permitir recolhas em loja em 30 minutos já no início de 2022”, explica a executiva ao Negócios.
“Fazer entregas numa rota de prédios sem elevador é um custo tremendo, porque leva mais tempo. Em Paris, por exemplo, as entregas em prédios sem elevador são mais caras. Criar soluções de conveniência que também sejam economicamente sustentáveis é um processo que nunca termina”, confessa Solange Cristina,
Por fim, a Auchan não descarta a criação de “dark stores”, ou seja, lojas fechadas ao público que servem para servir as encomendas online. “Já temos algumas, mas estão inseridas nos armazéns”.
Solange Farinha prevê que “algumas lojas vão ter a sua superfície de venda reduzida, para dar lugar a ‘dark stores’”. Isso poderá acontecer tanto nas grandes superfícies como nas lojas de proximidade dos centros das cidades. “Tudo se encaminha para nos levar por aí”, admite.
No entanto a executiva sublinha que a aposta no digital não vai significar menos investimento nas lojas físicas, “pelo contrário”.