“Até 2050, os atuais 21 milhões de refugiados climáticos no mundo serão mil milhões”, alertou a primeira-ministra dos Barbados

A primeira-ministra dos Barbados Mia Mottley advertiu que o mundo terá de lidar com mil milhões de refugiados climáticos caso os líderes internacionais não cheguem a acordo nas conversações sobre as alterações climáticas durante a COP27, que se realiza em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Num evento organizado pela primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, a sua homóloga dos Barbados criticou o Ocidente pelo papel que tem tido nos desastres climáticos nos países em desenvolvimento devido às suas elevadas emissões de carbono.

Ao defender o seu país, comentou: “Nós éramos aqueles cujo sangue, suor e lágrimas financiaram a revolução industrial”, questionando: “Será que vamos agora enfrentar um risco duplo ao ter de pagar o custo em resultado dos gases com efeito de estufa resultantes da revolução industrial?”.

A seu ver, caso o mesmo aconteça, “é fundamentalmente injusto”. Como tal, acredita que é necessária “uma abordagem diferente” para permitir o avanço do financiamento de subsídios na reconstrução dos países que sofrem com a catástrofe.

Segundo Mottley, se não houver alterações ao modelo atual, o mundo irá assistir a um aumento exponencial do número de refugiados climáticos. “Sabemos que até 2050, os atuais 21 milhões de refugiados climáticos no mundo serão mil milhões”, alertou.

Decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se até dia 18 de novembro, no Egito, na COP27 com o intuito de tentar travar o aquecimento do planeta, limitando-o a 2ºC e, se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.

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