“Até 10 de maio tem de haver entendimento”: Forças de segurança lançam ultimato ao Governo e marcam manifestação para 25 de abril

As forças de segurança fizeram um ultimato ao novo Governo: “se até 10 de maio – dois meses após as eleições – não houver entendimento, os polícias deixarão de fazer gratificados nos dias 11 e 12, datas que coincidem com o Rali de Portugal”, referiram, numa carta publicada esta quinta-feira no jornal ‘Expresso’, realizada pelo movimento inorgânico de polícias, e que está a ser distribuída por todos os elementos das forças de segurança.

O movimento, que agendou uma manifestação para 25 de abril em frente à Assembleia da República, salientou que foram feitas “duas manifestações que ficaram na história, mas o que realmente mexeu e teve impacto foi a ausência de policiamento no futebol”, indicou ao semanário um comissário da PSP, que defendeu “mais músculo na luta, incluindo ausências aos jogos de futebol, ao patrulhamento do Rally de Portugal e à Queima das Fitas no Porto”.

Na carta, são ainda apontadas as mesmas medidas polémicas que suscitaram processos disciplinares internos, como as baixas médicas “O suplemento de missão dado à Polícia Judiciária tem de ser transversal a todas as forças de segurança”, relataram as forças de segurança, lembrando que em causa estão 1.026 euros, “20% do salário do diretor nacional da PSP e do comandante-geral da GNR”.

“O senhor primeiro-ministro, em campanha, afirmou que ia resolver rapidamente esta injustiça, mas após a reunião com a ministra da Administração Interna é fácil concluir que o Governo nos quer enganar e ludibriar”, acusaram os autores da carta.

De acordo com Paulo Santos, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia, pode haver novos desenvolvimentos na reunião marcada com o Governo na próxima semana. “Há cabimentação orçamental, há uma concordância geral dos partidos políticos sobre a justeza da reivindicação e há uma forte desmotivação na PSP”, indicou, exigindo ao Ministério da Administração Interna “que apresente uma proposta”. “Não devem ser os sindicatos a fazê-lo, porque é uma forma de inverter e confundir a opinião pública”, referiu. Se não houver essa proposta “concreta e em consonância com o expectável, fará sentido avançar para novo protesto”.