Ataques em massa e mísseis da Coreia do Norte: A nova estratégia da Rússia para fazer colapsar as defesas ucranianas

A Ucrânia está exausta ao fim de causa dois anos de conflito e o início de 2024 não foi fácil. A contraofensiva não cumpriu os objetivos de recuperação dos territórios ocupados, há temperaturas negativas e neve a ‘congelar’ as frentes de atalha, e falta ânimo e munições.

Mesmo assim, as forças ucranianas continuam resilientes, bem como as suas defesas antiaéreas, ainda que com alguma dificuldade, até porque, este ano, tem estado sob pressão de uma saraivada de ataques russos, que mostram uma mudança de estratégia militar por parte do Kremlin.

Desde inicio da invasão que o Exército russo levava a cabo bombardeamentos mais espaçados, no tempo e em território mas, nas últimas semanas, a tática mudou: tornaram-se mais precisos, sofisticados e acima de tudo mais intensos em escala e frequência.

Assinala o El Español que, entre 19 de dezembro de 2 de janeiro, a Rússia empenhou mais de 500 drones e mísseis em numerosos ataques contra a Ucrânia, em várias posições na linha da frente de combate.

Só esta terça-feira foram atacadas regiões a nordeste, centro e peste da Ucrânia, com mais de 41 mísseis lançados a partir de diversos pontos. As defesa ucranianas só conseguiram abater cerca de metade destes projéteis.

É um número manifestamente inferior à percentagem de 80% de mísseis abatidos pelas defesas antiaéreas, ao longo de 2023. O dia não foi exceção: já a 8 de janeiro Kiev registava ter impedido apenas metade dos 59 mísseis disparados nessa data pela Rússia.

É o resultado de uma nova tética russa, planeada e orientada para esgotar as munições das defesas antiaéreas de Kiev, e fazer a resistência colapsar. Isto numa altura em que Kiev aguarda por mais mísseis Patriot, Hawk e Iris-T, que tardam em chegar, enviados pelos parceiros e aliados ocidentais.

“Os russos estão a tentar decifrar o código da defesa aérea da Ucrânia”, comenta Dara Massicot, investigadora do Carnegie Endowment, ao Financial Times.

A Rússia desenhou assim as ofensivas em três fases: Primeiro uma onda de drones Sahed, depois ataques com aviões no Mar Cáspio e mísseis KH-101, Kh-555 e Kh-59. E depois com mísseis balísticos, que caem em voo picado sobre o objetivo, tornando a sua interceção difícil.

è nesta última fase que foi introduzida uma novidade: Para além de usar mísseis de fabrico próprio, como os Kinzhal, Moscovo está também a aplicar nestas ofensivas mísseis balísticos de curto alcance da Coreia do Norte.

Fontes do Pentágono, citadas pelo The New York Times, assinalam que Pyongyang transferiu uma primeira parcela de 50 mísseis para a Rússia, mas teme.se que o acordo de cooperação militar entre Putin e Kim Jong Un, assinado no ano passado, torne mais provável a chegada de mais destas munições, o que representaria um desafio ‘extra’ à resistência ucraniana.

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