“As pessoas estão assustadas”. De cancelamentos de última hora a reservas adiadas. Como os incêndios afetam o turismo em Portugal

Depois de uma pandemia e de uma guerra, o setor do turismo parecia dar sinais de recuperação, mas isso não durou muito, porque os incêndios começam a afetar a indústria e a preocupar os operadores turísticos.

“Estávamos completamente focados em três prioridades: recuperar a confiança dos consumidores, recuperar o mercado nacional e recuperar os mercados externos”, começa por referir uma fonte do setor à ‘CNN Portugal’.

Contudo, acrescenta, “depois de uma pandemia e da ameaça da falta de segurança na Europa (refere-se à guerra entre a Rússia e a Ucrânia), vêm os incêndios”. 

O mesmo confirma outra fonte. “Tínhamos alguma retoma e as coisas estavam a encaminhar-se no bom sentido, até tivemos meses de maio e junho muito bons”, sublinha à estação.

“Mas agora as coisas complicam-se devido aos incêndios”, lamenta falando em “cancelamentos de última hora e não reservas, o pior é mesmo essa parte porque as pessoas estão assustadas”, acrescenta.

Portugal tem enfrentado há cerca de uma semana o drama dos incêndios, estando neste momento em situação de alerta, um nível menos grave do que a contingência que vigorava antes.

Contudo, a situação vai ser reavaliada esta terça-feira pelo Governo, perante a previsão de aumento das temperaturas, já a partir desta quarta-feira, prevendo-se que possam voltar a ultrapassar os 40 graus no Interior.

O comandante da Proteção Civil, André Fernandes, fez hoje o balanço dos incêndios em Portugal, dando conta de mais de mil pessoas retiradas das suas casas e de mais de um centena de feridos ligeiros.

Em conferência da imprensa, na sede da ANPC, em Carnaxide, o responsável começou por mencionar as ocorrências nas quais foi necessária assistência médica, contabilizando 218.

“Destas, lamentamos três vítimas mortais, seis feridos graves, 114 feridos ligeiros e 95 assistidos”, informou, adiantando que se mantêm também “as evacuações preventivas, que neste momento, algumas delas, estão a ser planeadas tendo em conta as ocorrências ativas em Vila Real”.

Segundo o comandante, “face ao dia anterior, em Vila Real foram retiradas para uma zona de concentração de apoio à população, num pavilhão de Murça, 61 pessoas, sendo que a maior parte delas já regressou às suas habitações”.

“No total, temos 1009 pessoas retiradas e nas zonas de concentração de apoio à população, nos diversos sítios do país, acomodadas 492 pessoas”, sublinhou.

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