Argentina novamente à beira do colapso para pagar dívida

Enquanto o ministro das Finanças da Argentina tenta a todo o custo convencer os países ricos a adiar um pagamento da dívida de quase 2 mil milhões euros do país, que expira já dia 30 de maio, alguns investidores temem que a boa vontade do governante seja prejudicada por uma fração política anti-credores liderada pela pela vice-presidente Cristina Fernández de Kirchner.

Martin Guzmán, o ministro das Finanças de 38 anos, começou esta semana  a visitar várias capitais europeias, acompanhando o presidente Alberto Fernández para apelar aos membros do “Paris Club” um conjunto 22 países credores da Argentina, que incluem os EUA, Japão, França e Alemanha, para que estes prorroguem o prazo para o pagamento da dívida.

Os investidores temem que um possível desacordo prejudique as negociações ainda mais alargadas com o Fundo Monetário Internacional. Buenos Aires está a negociar com a instituição financeira internacional o reembolso dos 36,41 mil milhões de euros que começaram a ser emprestados ao país por tranches em 2018.

No entanto, Guzmán tem duas pedras no caminho que estão a dificultar as negociações com ambas as organizações: a primeira, a data das próximas eleições intercalares em outubro, que deixam as finanças da Argentina num limbo, já que o prazo para o pagamento da dívida ao Paris Club termina no fim de maio, e a segunda a interferência e a oposição da Vice-Presidente do país, Cristina Fernández de Kirchner.

A possibilidade de sucesso diplomático do Governo nesta matéria foram prejudicadas por movimentos políticos realizados pela chamada fação “kirchnerista” , leal à Vice-Presidente, que por exemplo, conseguiram convencer o subsecretário da Eletricidade, Federico Basualdo a não aumentar as tarifas da eletricidade até 30% pela primeira vez em dois anos, a fim de acompanhar o ritmo da inflação, que já está em cerca de 43%.

As tarifas de eletricidade devem aumentar apenas 9% este ano, o equivalente a cerca de dois meses de inflação.

O facto de Basualdo não ter obedecido a Guzmán provocou o boato de que o subsecretário iria ser demitido, no entanto devido à pressão de Kirchner, o político manteve-se no poder.

A pobreza na Argentina aumentou de 25% para 42%, em grande parte devido à recessão económica que o país atravessa há três anos, e também por causa da pandemia.

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