Aquisição do Credit Suisse pelo UBS e retirada de ações da bolsa deve ficar concluída na próxima semana

O Credit Suisse anunciou esta segunda-feira que a aquisição por parte do UBS deve ficar concluída na próxima segunda-feira, dia 12 de junho, bem como a retirada de bolsa das ações do banco suíço.

“O Credit Suisse Group AG e o UBS Group AG anunciaram hoje que as duas empresas esperam que a aquisição anunciada a 19 de março de 2023 seja consumada em 12 de junho de 2023. Após a consumação da aquisição, o UBS será a entidade sobrevivente, e as ações do Credit Suisse e American Depositary Shares (ADS) serão retiradas da SIX Swiss Exchange (SIX) e da New York Stock Exchange (NYSE), respetivamente”, explica o banco em comunicado.

O Credit Suisse sublinha, no entanto, que se a aquisição for concluída antes da abertura do pregão nos EUA no dia 12 de junho de 2023, o cancelamento de registro na bolsa de Nova Iorque ocorrerá no dia 12 de junho, e o cancelamento de registro na SIX ocorrerá a 13 de junho. No entanto, se a aquisição for concluída após a abertura do pregão nos EUA em 12 de junho, o cancelamento de registo nas bolsas norte-americana e suíçaX ocorrerá no dia 13 de junho.

Ainda sobre este processo, explicam que “a conclusão da aquisição está sujeita à declaração de registo do UBS que cobre as ações a serem entregues aos acionistas do Credit Suisse sendo declarada efetiva pela Securities and Exchange Commission e ao cumprimento, ou renúncia pelo UBS, de outras condições de fechamento restantes.

O Credit Suisse Group é um banco suíço de investimento, um dos maiores do país e com um grande relevo a nível internacional. Atualmente o banco atravessa o seu pior momento em 167 anos de história.

Recorde-se que o banqueiro português António Horta Osório, depois do trabalho de resgate bem-sucedido no Lloyds Bank, no Reino Unido, assumiu o leme do Credit Suisse para resolver os diversos problemas identificados no credor suíço.

E a saída do banqueiro português em janeiro de 2022 foi apenas mais um episódio nos constantes acontecimentos no banco helvético, entre mudanças na alta administração, perdas multimilionárias e estratégias de gestão duvidosas.

Em julho do ano passado, o novo CEO e especialista em reestruturações, Ulrich Koerner, revelou uma revisão estratégica, mas não conseguiu conquistar os investidores.

O banco tem vindo a registar perdas milionárias durante dois anos: em 2021 ascenderam a 1.572 milhões de francos suíços (1.600 milhões de euros) e em 2022 quase quintuplicaram para 7.293 milhões de francos (7.400 milhões de euros).

O Credit Suisse também sofreu levantamentos de liquidez no valor de 123.200 milhões de francos suíços (126.000 milhões de euros) no ano passado.

Neste cenário, o grupo bancário suíço UBS anunciou a compra do Credit Suisse para “restaurar a confiança” na banca do país, numa transação de 3.000 milhões de francos suíços (3,02 mil milhões de euros).

A solução “não é apenas decisiva para a Suíça […], mas para a estabilidade do sistema financeiro” mundial, afirmou, à data, Alain Berset, Presidente da Suíça.

A ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, declarou que a falência do Credit Suisse poderia provocar “danos económicos irreparáveis”.

“Por essa razão, a Suíça deve assumir responsabilidades além de suas próprias fronteiras”, acrescentou a ministra.

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