Aquecer a casa sem derreter a carteira? Conheça as soluções

No âmbito do projeto CLEAR 2.0, que conta com o apoio da Comissão Europeia, a DECO foi investigar quais as fontes de energia e os equipamentos que estão presentes na casa dos portugueses. Segundo o estudo, uma parte significativa da população continua a utilizar soluções para aquecimento ambiente não baseadas em energias renováveis.

É o caso dos aquecedores elétricos portáteis, usados por 41% da população. O preço acessível e a facilidade de instalação faz com que cerca de 1,7 milhões de famílias os adquira nas mais variadas formas: termoventiladores, radiadores a óleo, etc. Contudo, o que se poupa na compra reflete-se mais tarde na fatura da energia.

A segunda opção é a lareira aberta (18%), sendo que 9% têm recuperadores de calor para melhorar o conforto térmico da casa. O aquecimento central está presente em 11% dos lares. Contudo, cerca de 14% declararam não terem qualquer tipo de sistema de aquecimento, sendo que à volta de 250 mil casas nesta situação estão nos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto.

Concluiu-se ainda que mais de dois terços dos edifícios são anteriores a 1991 e, por isso, podem não incorporar as mais modernas técnicas de construção, o que conduz a níveis de isolamento térmico inadequados e à presença de portas e janelas energeticamente ineficientes.

Soluções para um maior conforto

Incentivar o uso das energias renováveis é um dos objetivos do estudo. Mudar mentalidades também. “Pretendemos ajudar os consumidores a passarem um inverno confortável sem consumirem muita energia”, explica a DECO. Mas, para isso, é preciso ter presente uma série de fatores.

A localização da casa, por exemplo, é um fator de peso no funcionamento global do sistema de aquecimento. É bem diferente viver no norte do País, onde os invernos são mais rigorosos, de viver no Sul, onde a temperatura é mais amena. Ter um apartamento ou uma moradia é também um elemento importante. Em regra, as vivendas têm áreas e tipologias maiores e, por isso, as necessidades energéticas podem ser distintas.

A fonte de energia disponível na zona da habitação é outro aspeto a ter em conta. Nem todas apresentam uma cobertura nacional total (o gás natural é apenas acessível a cerca de 22% da população, com foco nos grandes centros urbanos), ou podem não ser aproveitáveis (por exemplo, numa moradia com fraca exposição solar).

Independentemente do sistema de aquecimento, todas as habitações deveriam ser alvo de intervenções ao nível do reforço do isolamento da envolvente opaca, como as paredes, e dos vãos envidraçados, como as portas e as janelas. Para minimizar o consumo de energia, a Associação dos Consumidores sugere várias medidas por tipo de equipamento.

Pode também recorrer à ajuda de técnicos especialistas. A certificação energética é uma ferramenta de apoio aos proprietários que pretendam intervir no imóvel, para uma remodelação, mais ou menos profunda, ainda que não queiram alugar ou vender.

A  Associação da Defesa do Consumidor disponibiliza ainda uma ferramenta que permite escolher o aparelho mais adequado para aquecimento e poupar dinheiro.

6 soluções para aquecer em 6 cenários

Se pretende passar um inverno confortável no aconchego do lar, saiba o que tem de fazer em cada um dos cenários apresentados.

Casa sem aquecimento

  • Instale portas e janelas energeticamente eficientes.
  • Aproveite o sol, abrindo cortinas e/ou estores das janelas durante o dia. À noite feche-os.
  • Reforce o isolamento das paredes e dos pavimentos. Se necessário, instale sistemas de aquecimento baseados em energias renováveis (ar condicionado ou salamandra a pellets, por exemplo).

Casa com equipamentos elétricos portáteis

  • Regule o termóstato para o mínimo.
  • Evite utilizações prolongadas.
  • Desligue o equipamento da corrente, não o deixe em stand-by.

Casa com aquecimento central

  • Verifique se o termóstato está no modo de inverno e regule-o de acordo com as necessidades, mantendo a temperatura da caldeira o mais baixa possível.Feche os radiadores nas divisões que não usa.
  • Avalie a eficiência da caldeira. Se necessário, instale sistemas de aquecimento baseados em energias renováveis (caldeira a pellets, etc.).

Casa com ar condicionado

  • Escolha a temperatura certa no inverno: 20-21ºC.
  • Evite o stand-by, desligando o equipamento da corrente nos períodos longos de não utilização.
  • Certifique-se de que são feitas manutenções regulares.

Casa com lareiras abertas

  • Armazene a lenha em local seco.
  • Deixe de alimentar a lareira uma hora antes de se deitar.
  • Instale um recuperador de calor.
  • Promova uma eficaz e correta ventilação do espaço e efetue as devidas manutenções à chaminé.

Casa com recuperadores de calor madeira/pellets

  • Armazene a lenha ou os pellets em local seco.
  • Deixe de alimentar o recuperador uma hora antes de se deitar.
  • Não o deixe aceso durante a noite.
  • Promova uma eficaz e correta ventilação do espaço e faça manutenções à chaminé.
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