Aposta da Disney num ‘CEO Boomerang’ é um bom sinal? Alguns temem que não

A Disney voltou a apostar no antigo CEO Bob Iger para substituir Bob Chapek, algo que apesar de ter sido amplamente aplaudido em Wall Street, com as ações da empresa a ganhar mais de 6%, no início desta semana, e reduzindo a sua perda para 37% no acumulado do ano, não agradou a todas as pessoas.

Recorda-se que durante o primeiro mandato deste responsável, entre 2005 a 2020, os retornos aos acionistas da Disney foram de mais de 14%, bem acima da sua concorrente a Comcast Corp e do mercado de ações mais amplo. Nessa altura as ações da gigante norte-americana subiram mais de 400%.

No entanto, alguns analistas e investidores dizem que um CEO que regressa em modo ‘CEO Boomerang’, pode não repetir o sucesso do passado e resultar num falhanço da empresa.

Em declarações à agência ‘Reuters’, Brian Frank, cujo Frank Funds foi proprietário da Disney no passado e atualmente não tem uma posição na empresa, refere que “do ponto de vista de governance, é uma grande bandeira vermelha [red flag]”, e considera a avaliação da empresa muito alta. “Esta é uma das empresas com maior qualidade do mundo com as melhores marcas do mundo, mas esta mudança mostra que eles são maus a planear a sucessão”, sublinha.

A agência internacional recorda ainda que, geralmente, o desempenho das ações de empresas lideradas por CEOs que regressam ao seu cargo anterior, os chamados ‘CEOs Boomerang’, foi 10,1% menor durante os seus mandatos do que empresas lideradas por líderes que não tinham exercido o cargo antes, de acordo com um estudo de 2020 publicado no MIT Sloan Management Review.