Apoio à Ucrânia “até que vença” cai drasticamente na Europa, revela sondagem
A disposição de apoiar a Ucrânia “até que vença” caiu drasticamente na Europa Ocidental, de acordo com uma sondagem divulgada esta quinta-feira pelos britânicos do ‘The Guardian’: a pesquisa da ‘YouGov’ – realizada em França, Alemanha, Itália, Espanha, Suécia, Dinamarca e Reino Unido – apontou que o desejo público europeu de apoiar Kiev até à vitória, mesmo que isso significasse prolongar a guerra, caiu nos sete países nos últimos 12 meses.
Já o apoio a uma resolução alternativa para o conflito – um cessar-fogo, mesmo que Moscovo fique a controlar partes da Ucrânia – aumentou em todos os países, sendo mesmo a opção preferida em quatro delas. A sondagem apontou ainda alguma insatisfação com a ideia de um acordo imposto que envolveria a Ucrânia a ceder território a Moscovo, mas também a crença generalizada que Donald Trump abandonaria Kiev após a sua tomada de posse, a 20 de janeiro.
A sondagem mostrou que a disposição de apoiar a Ucrânia até que derrotasse a Rússia permaneceu alta na Suécia (50%) e na Dinamarca (40%), com o Reino Unido em 36%, mas esses níveis caíram até 14 pontos em relação aos números de janeiro de 57%, 51% e 50%. No mesmo período, as percentagens dos que disseram preferir uma paz negociada aumentaram para 45% em Itália, 55% na Espanha, 46% em França e 45% na Alemanha.
A menos de um mês do regresso de Donald Trump à Casa Branca, a maioria ou quase maioria em todos os países, exceto um, achava provável que o presidente eleito dos EUA cortasse o apoio à Ucrânia: 62% dos alemães, 60% dos espanhóis, 56% dos britânicos, 52% dos franceses e 48% dos italianos.
Os inquiridos também se mostraram divididos sobre como se sentiriam em relação a um acordo de paz que deixaria a Rússia no controlo de pelo menos algumas das partes da Ucrânia: a maioria na Suécia (57%), Dinamarca (53%) e Reino Unido (51%), e uma minoria considerável (43%) na Espanha, disseram que se sentiriam muito ou razoavelmente negativas sobre tal acordo, em comparação com apenas 37% em França e 31% na Alemanha e Itália.
A sondagem indicou ainda que a maioria dos europeus ocidentais sentia que os aliados da Ucrânia não estavam a fazer o suficiente, tanto em termos de sanções económicas a Moscovo como na assistência militar e de outros tipos a Kiev, para impedir que a Rússia vencesse a guerra.
Cerca de 66% dos dinamarqueses, 63% dos suecos e espanhóis, 59% dos britânicos, 53% dos alemães e italianos e 52% dos franceses disseram que a assistência geral à Ucrânia não foi suficiente: no entanto, poucos achavam que o seu país deveria aumentar o suporte.