Aos 29 anos, magnata da criptomoeda diz que comprar Goldman Sachs “não está fora de questão”

O CEO da FTX, exchange de criptomoeda, afirmou em entrevista ao ‘Financial Times’, que adquirir a Goldman Sachs ou o CME Group “não está fora de questão” caso a FTX continue a crescer.

Sam Bankman-Fried, de 29 anos, e que já considerou uma avaliação de 20 mil milhões de dólares para a sua empresa, não superou ainda as suas concorrentes Binance e Coinbase. Mas ainda tem muita margem para crescer, disse o jovem bilionário, abrindo caminho a futuras aquisições.

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Coinbase em abril, vista por alguns como o grande momento de revelação do mercado de criptomoeda, colocou a fasquia nos 76 mil milhões de dólares, mas os mercados avaliam agora a empresa abaixo, apesar de o número ser ainda impressionantes: 51 mil milhões. Já a FTX está no centro de uma nova ronda de financiamento, mas não tem planos de uma OPA para já, disse Bankman-Fried ao ‘FT’.

“Não precisamos de capital. Não estamos à procura, mas queremos estar em condições de ir se assim o entendermos”, disse o jovem.

Uma aquisição da Goldman Sachs, com valor de mercado de 128 mil milhões de dólares, pode parecer distante, mas, na verdade, o crescimento explosivo da FTX dá algum crédito às ambições de Bankman-Fried. O volume médio diário de negociação da empresa na bolsa aumentou 11 vezes entre outubro e abril deste ano.

Bankman-Fried, que está ele próprio avaliado em 8,7 mil milhões de dólares, foi assertivo no que diz respeito à regulamentação, defendendo que é inevitável e potencialmente benéfico para empresas de criptomoeda.

Ataque dos reguladores é uma bênção para plataformas de criptomoedas

A repressão perpetrada pelos reguladores em todo o mundo contra a plataforma de criptomoedas Binance tem sido uma bênção para outras exchanges, que após este acontecimento viram duplicar o número de utilizadores.

“Sem qualquer tipo de mudança no marketing, o número de clientes está a crescer de forma exponencial”, confessou Julian Sawyer, CEO da Bitstamp, uma plataforma com sede no Luxemburgo, em entrevista à CNBC.

Desde terça-feira passada, a Bitstamp viu o número de clientes disparar 138%. “Quando um banco não é seguro tiramos de lá o dinheiro e colocamos noutro, é o que também acontece com as plataformas de criptomoedas e é o que está a suceder neste caso”, explicou o CEO.

“A percentagem de novas adesões no Reino Unido duplicou nas últimas semanas, em comparação com outros mercados”, comentou a plataforma Kraken, sediada nos Estados Unidos, num comunicado enviado à CNBC.

“Temos observado um crescimento tremendo de utilizadores, um sinal de confiança numa empresa com luz verde do regulador”, defendeu Blair Halliday, responsável pela Gemini no Reino Unido, uma das poucas plataformas de criptomoedas com aprovação do regulador britânico.

A Coinbase, a maior plataforma de moedas digitais dos EUA, não quis comentar esta história, nem falar sobre os seus números.

O CEO da Binance, a maior plataforma de criptomoedas do mundo, reagiu às questões levantadas pela imprensa internacional sobre o facto de a plataforma ter congelado os depósitos bancários em euros, depois dos ataque perpetrados por alguns reguladores.

“A área do compliance é um mundo em descoberta sobretudo para setores como o nosso envolvidos no mercado cripto”, explicou Changpeng Zhao, num post no blog da empresa.

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