“Ao meio-dia contra Putin”: Navalny pede grande protesto contra líder do Kremlin no dia das eleições presidenciais na Rússia

Alexei Navalny, principal opositor político de Vladimir Putin, instou esta quinta-feira os russos a protestarem contra o presidente russo no dia das eleições em março, comparecendo para votar ao meio-dia.

Numa publicação nas redes sociais, Navalny indicou que não era suficiente votar contra Putin porque o Kremlin iria fraudar o resultado de qualquer maneira, através do sistema de votação eletrónica que está a ser implementado numa eleição presidencial pela primeira vez.

No entanto, o opositor político acredita que a visão de grandes multidões ao meio-dia de 17 de março enviaria um sinal forte, sem com isso colocar ninguém em risco. “Esta pode ser uma demonstração poderosa do estado de espírito do país”, escreveu Navalny.

Grandes protestos são extremamente raros na Rússia devido ao risco de prisão – especialmente desde o início da guerra com a Ucrânia. Navalny salientou que este seria seguro porque o voto era legal e oficialmente incentivado. “Às 12h já há uma grande afluência, há muita gente e é simplesmente impossível destacar aqueles que votam ‘contra’”, afirmou.

“Este será um protesto nacional contra Putin que acontecerá perto de sua casa. Está disponível para todos, em qualquer lugar. Milhões poderão participar. E dezenas de milhões irão testemunhar isso”, revelou.

Alexei Navalny, de 47 anos, cumpre atualmente penas numa colónia penal do Ártico, totalizando mais de 30 anos, sob acusações que incluem extremismo, que, segundo ele, foram todas forjadas para silenciá-lo.

No entanto, as eleições presidenciais na Rússia são uma oportunidade para incitar a oposição a Putin e à guerra, sobretudo através de chamadas não solicitadas a eleitores de fora da Rússia.

Os eleitores em cerca de um terço das regiões da Rússia, incluindo Moscovo, podem optar por votar através de um sistema eletrónico remoto. De acordo com os críticos, o voto eletrónico é impermeável ao escrutínio externo e fácil de ser manipulado pelas autoridades.

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