Anda o mundo ‘distraído’ com a pandemia e estas duas potências à beira de um conflito
As tensões fronteiriças estão a crescer entre a Índia e a China, num impasse militar que pode acabar numa “grave tragédia humana”.
Perante as forças chinesas na região de Ladakh em Maio deste ano, a Índia ficou menos tolerante a “surpresas” por parte da China, como as que levaram à morte de 20 soldados, em Junho.
Como o conflito se arrastou para se tornar o mais grave entre os dois gigantes asiáticos desde a guerra Índia-China de 1962, Deli enviou mais dezenas de milhares de tropas através da Linha de Controlo Real, com 3488 quilómetros de comprimento – a fronteira de facto disputada – para proteger o seu território.
Com o Inverno ao virar da esquina e sem qualquer atenuar das tensões à vista, a Índia poderá preparar-se para um potencial conflito com a superpotência chinesa.
Esta segunda-feira, o exército indiano prendeu um soldado chinês na região de Ladakh, onde os dois países estão fechados num impasse militar de um mês ao longo da sua disputada fronteira.
O soldado Wang Ya Long do Exército de Libertação do Povo Chinês foi detido dentro da área Demchok de Ladakh, controlada pela Índia, e deverá ser libertado em breve, disse o exército num comunicado, segundo a Associated Press.
O impasse entre os gigantes asiáticos começou no início de Maio com uma rixa, que provocou a morte de 20 soldados indianos. A China não deu quaisquer detalhes sobre possíveis ‘baixas’. Na altura, deteve pelo menos dez soldados indianos, incluindo quatro oficiais. Foram ‘devolvidos’ três dias depois, após intensas negociações militares e diplomáticas.
A Índia e a China têm dezenas de milhares de soldados estacionados, apoiados por artilharia, tanques e aviões de combate e estão a preparar-se para um Inverno rigoroso na região do deserto frio, onde as temperaturas podem descer até aos 50 graus negativos.
As rivais com armas nucleares acusaram-se mutuamente de atravessar para território rival e de disparar tiros pela primeira vez em 45 anos.