Ameaças de Trump à NATO trazem incerteza à aliança: saiba quais os países que não cumprem as metas (e Portugal está entre eles)

As ameaças de Donald Trump contra a NATO lançaram a aliança atlântica num clima de incerteza, motivando o debate entre os diversos líderes políticos sobre como lidar com outra campanha eleitoral para a Casa Branca que promete ser divisiva.

Num comício da campanha na Carolina do Sul, este sábado, o antigo presidente americano – que durante todo o seu primeiro mandato criticou os aliados da NATO por não cumprirem as metas de gastos da aliança – sugeriu deixar a Rússia atacar qualquer país que pertença à aliança atlântica e que tenha as contribuições para a organização político-militar ou o investimento em defesa abaixo do expectável.

As ameaças de Trump mereceram diversas reações, com Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, a alertar que as observações “colocam os soldados americanos e europeus em risco acrescido”. Já o presidente Joe Biden descreveu as críticas do rival como “terríveis e perigosas”.

Mas apesar de toda a indignação, o ex-presidente americano tem alguns motivos para críticas. A maioria das nações da NATO – 19, segundo a própria contagem da aliança em julho de 2023 – ainda não consegue gastar 2% do PIB nas suas forças armadas, apesar de terem acordado a meta na cimeira do País de Gales de 2014.

Aqueles que até agora atingiram e ultrapassaram a meta são a Polónia (3,9%), os EUA (3,49%), a Grécia (3,0%), a Estónia (2,73%), a Lituânia (2,54%), a Finlândia (2,45%), a Roménia (2,44%), Hungria (2,43%), Letónia (2,27%), Reino Unido (2,07%) e Eslováquia (2,03%).

Em julho de 2023, aqueles que ainda estavam abaixo da meta eram França (1,9%), Montenegro (1,87%), Macedónia do Norte (1,87%), Bulgária (1,84%), Croácia (1,79%), Albânia (1,76%), Países Baixos (1,7%), Noruega (1,67%), Dinamarca (1,65%), Alemanha (1,57%), República Checa (1,5%), Portugal (1,48%), Itália (1,46%), Canadá (1,38%), Eslovénia (1,35%), Turquia (1,31%), Espanha (1,26%) e Bélgica (1,26%).

O Luxemburgo é o país que gasta menos, com 0,72% do PIB, embora, dada a sua dimensão excecionalmente pequena, tenha o seu próprio objetivo de gastar 2% do rendimento nacional bruto nas suas forças armadas. A Islândia não tem forças armadas próprias, por isso não está incluída nos números.

Borrell pede seriedade a Trump e rejeita NATO “à la carte”

Ler Mais