Ambição da Ucrânia para integrar a NATO é a “principal ameaça à Rússia” e motiva a guerra, diz Kremlin
O governo russo afirmou esta quarta-feira que as ambições da Ucrânia para passar a integrar a NATO, uma aliança político-militar transatlântica criada no final da II Guerra Mundial para conter a Rússia, representa uma ameaça para o país. E salientou que a guerra é necessária para evitar esse cenário.
Ontem, o gabinete do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky emitiu um documento no qual declara a “aspiração [da Ucrânia] para se juntar à NATO e para beneficiar da sua estrutura de defesa coletiva”.
Em resposta, o porta-voz do Kremlin criticou esse documento e apontou que a ideia de a Ucrânia fazer parte da Aliança Atlântica é “a principal ameaça à Rússia”, pois, “uma vez mais, enfatiza a relevância e a necessidade urgente para garantirmos a nossa própria segurança e os nossos interesses nacionais”, cita a ‘Reuters’.
Ou seja, Dmitry Peskov argumenta que a Rússia considera a guerra com a Ucrânia indispensável para impedir que o país vizinho passe a integrar o coletivo da NATO.
De recordar que antes do estalar do conflito armado, a 24 de fevereiro deste ano, Moscovo exigia garantias legalmente vinculativas de que Kiev nunca integraria a aliança, que não lhe foram dadas. O Ocidente apontou que a Rússia usou isso como pretexto para lançar a ofensiva de larga escala contra a Ucrânia, mas que a invasão já estava planeada há muito mais tempo.
Peskov destacou também que Zelensky está a recorrer aos países ocidentais, através de apoio financeiro e militar, para tentar garantir a sua segurança, mas disse que a Ucrânia poderia fortalecer a sua proteção ao ceder imediatamente às exigências da Rússia, embora não tenha detalhado.
“A liderança da Ucrânia tem de agir de forma a eliminar a ameaça à Rússia”, instou Peskov, e acrescentou, cripticamente, que “eles sabem perfeitamente quais deverão ser essas ações”.