Amanhã é dia de manifestação nacional da CGTP em Lisboa. Milhares de trabalhadores esperados nas ruas

Hoje é dia de greve convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, e amanhã é dia de manifestação nacional em Lisboa, convocada pela CGTP-IN. Sob o lema “Todos a Lisboa! Aumento geral dos salários e pensões – emergência nacional!”, irão juntar-se milhares de pessoas, segundo esperam os sindicatos, tanto a a CGTP como a Frente Comum, na capital.

Os sindicatos de professores, incluindo a Fenprof, já anunciaram que se vão juntar ao protesto.

A PSP alerta que uma das manifestações parte de dois locais distintos, confluindo na Praça Duque de Saldanha e no cruzamento da Rua Carlos Alberto da Mota Pinto com a Rua das Amoreiras, com início dos desfiles às 15:00 para a Praça dos Restauradores.

Assim, o trânsito nestes locais estará cortado a partir das 13h30, e irá progredindo a interdição, conforme o desfile de protesto for fazendo o percurso, até chegar aos Restauradores, pelas 16h30.

A Intersindical sublinha que “os trabalhadores não desistem e elevam o patamar da luta” e recorda o Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, que se assinalou 9 de Fevereiro e causou paralisações em vários setores do país, com os trabalhadores a fazerem greves e a saírem para as ruas em manifestações de norte a sul.

“Foi uma importante jornada, com muitas greves, paralisações, concentrações e plenários com saída à rua, a acontecerem no mesmo dia e com os trabalhadores em luta a juntarem-se nas Praças da Indignação nos distritos, dando expressão pública à luta convergente”, aponta a estrutura.

A CGTP, no final da sua última reunião do Conselho Nacional, onde decidiu a manifestação, apelou “à continuação do desenvolvimento da acção reivindicativa nos locais de trabalho, empresas e sectores, multiplicando as vozes da indignação, protesto e reivindicação, trazendo essas vozes para a rua, abrindo caminho à convergência da força imensa dos trabalhadores”.

Leia as decisões tomadas no Conselho Nacional da CGTP-IN:

– Mobilizar toda a estrutura sindical para aprofundar a ação e a intervenção nas empresas, locais de trabalho e serviços, afirmando a liberdade sindical e o exercício dos direitos sindicais na sua plenitude, defendendo os direitos e intensificando a luta pelas respostas imediatas ao agravamento da situação por via do brutal aumento do custo de vida, com o aumento dos salários e pensões no imediato, a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária sobre os lucros colossais das grandes empresas. Impõem-se: aumento dos salários em, pelo menos, 10% e não inferior a 100€, para todos os trabalhadores; valorização das carreiras e profissões; fixação dos 850 euros para o Salário Mínimo Nacional, com referência a Janeiro de 2023; efetivação do direito de contratação coletiva; 35h para todos e combate à desregulação dos horários; erradicação da precariedade; revogação das normas gravosas da legislação laboral; aumento de todas as pensões e reformas, que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização; reforço dos serviços públicos e funções sociais do Estado; garantia do direito à habitação.

– Reforçar a ação sindical integrada a partir dos locais de trabalho, contribuindo para a intensificação da ação e da luta reivindicativa e para o reforço da ação sindical, sindicalizando e elegendo delegados sindicais e representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho;

– Dar continuidade à Campanha Nacional de defesa e reforço do Serviço Nacional de Saúde público, universal e gratuito.
– Envolver toda a estrutura sindical na planificação e execução dos planos de trabalho para a Semana da Igualdade entre 6 e 10 de Março, com o lema “Salários a aumentar | Para a vida mudar | E a igualdade avançar!”, bem como para as Manifestações da Juventude Trabalhadora no dia 28 de Março, em Lisboa e no Porto, com o lema “Basta de empobrecer a trabalhar | Precariedade é para acabar | É tempo de lutar!”;

– Confrontar as confederações patronais com os seus posicionamentos anti sindicais, em articulação com os sectores, afirmando a liberdade sindical e o exercício dos direitos sindicais na sua plenitude, em todas as empresas e locais de trabalho;

– Dinamizar e participar na preparação das comemorações populares do 49º aniversário do 25 de Abril, afirmando as conquistas da Revolução e os valores de Abril;

– Preparar as comemorações do 1º de Maio, com o lema “Mais salário, mais direitos, melhores pensões! | Contra o aumento do custo de vida | Combater a exploração”, de modo a construir uma grandiosa jornada de luta nacional de todos os trabalhadores, em todos os distritos do Continente e nas Regiões Autónomas;

O CN decide, tendo em conta a degradação das condições de vida dos trabalhadores, reformados, pensionistas e suas famílias, a ausência de respostas aos problemas e a necessidade de fazer convergir a luta desenvolvida e em desenvolvimento, e tendo como base o conjunto das reivindicações, convocar uma Manifestação Nacional em Lisboa, no dia 18 de Março, com o lema “Todos a Lisboa! Aumento geral dos salários e pensões – emergência nacional!”

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